Pacientes da UPA de Queimados reclamam de demora no atendimento

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Pacientes da unidade gerida pelo Estado sofrem com a demora no atendimento Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Pacientes da unidade gerida pelo Estado sofrem com a demora no atendimento
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Encontrar atendimento médico público de qualidade no Estado do Rio de Janeiro está cada dia mais difícil. Ainda mais com o aumento dos casos das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e também do Zika vírus e da febre Chikungunya, doenças que vêm gerando epidemia no estado. Em Queimados, um dos municípios mais carentes da Baixada Fluminense, não é diferente. Pacientes que procuram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas (UPA), localizada no bairro São Miguel, reclamam da falta de materiais e de poucos médicos no local.
Na sexta-feira (15), a equipe do Jornal de Hoje esteve na unidade para verificar o funcionamento. Tudo parecia funcionar dentro da normalidade, até que pacientes que saíam dos consultórios começaram a relatar demora no atendimento. Cosme Vitorino, de 59 anos, foi um deles. Ele chegou à unidade às 9h30, com dores nas articulações, e às 14h, quando conversou com a reportagem do Jornal de Hoje, ainda não havia sido atendido. Lourinete Barros, 44, que o acompanhava, aproveitou para desabafar: “O governo só tem dinheiro para fazer Olimpíadas e festas, pra tratar de assuntos necessários não tem”.
Sem saber que estava falando com a equipe de reportagem, uma funcionária revelou que somente um clínico geral e um pediatra estavam atendendo naquele dia. Ela disse ainda que estava tendo demora no atendimento porque aumentou muito a demanda de pacientes nas últimas semanas.

Cosme Vitorino, de 59 anos, ficou mais de quatro horas à espera de atendimento Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Cosme Vitorino, de 59 anos, ficou mais de quatro horas à espera de atendimento
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

A dona de casa Elidiane Teodoro, 40 anos, foi até a UPA para acompanhar um amigo e disse que o atendimento na unidade é péssimo. “Às vezes nós chegamos aqui para ser atendidos e não tem médico. Então falam simplesmente para ir à UPA de Cabuçu ou pro Hospital da Posse (ambos em Nova Iguaçu)”, conta.
A aposentada Vera Lucia de Paiva buscou unidade por estar com a glicose alta. Ela informou que foi rapidamente atendida pelo médico de plantão, mas foi informada que devido à falta de soro não poderia ser devidamente medicada para que restabelecesse a saúde antes de deixar a UPA. “Nada é perfeito. Quando tem médico, não tem medicamento. Essa é nossa saúde”, lamentou a mulher de 59 anos.
Perguntados sobre os motivos na piora da qualidade de saúde no município, muitos pacientes apontaram a crise política e financeira pela qual o País passa como principal fator, que inevitavelmente está atingindo os estados e municípios. Mas, no final das contas, a população é quem sai prejudicada, sem atendimento e sem saúde.
A Prefeitura de Queimados foi procurada pelo Jornal de Hoje e informou que a gestão da UPA de Queimados até já foi de responsabilidade do município, quando foi inaugurada em dezembro de 2009, mas passou a ser gerida pelo Estado em setembro de 2012.

Unidade nega falta de materiais

A coordenação da UPA Queimados esclarece que não procede a informação que a unidade está funcionando com apenas um clínico geral e um pediatra, nesta sexta-feira (15). “A UPA segue em funcionamento, com atendimento para clínica geral e pediatria. A coordenação acrescenta ainda que não há qualquer impacto no atendimento por falta de materiais. Cabe acrescentar ainda que a UPA, assim como as demais unidades da rede estadual, vem registrando aumento na procura pelo serviço público de saúde. Todos que buscam a unidade são acolhidos e avaliados, sendo submetidos à classificação de risco, com prioridade para os casos mais graves”, informou a coordenação, sem mencionar o número real de clínicos gerais e pediatras.

 

por Erick Bello

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