Saúde e Beleza – 19/04

Especialistas do INTO curam fraturas com células-tronco

Estudos realizados por um grupo de especialistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO conseguiu reduzir pela metade o tempo de recuperação de fraturas com a utilização de células-tronco. Os avanços obtidos pelos especialistas podem contribuir para reduzir o número de fraturas que não curam. Elas somam 20% de todos os casos e afetam jovens e também idosos.

Atualmente cerca de 15% das cirurgias realizadas pelo INTO são  casos de emergência por fratura. “A motivação para investigar esses casos teve base na quantidade de fraturas que tratávamos e simplesmente não cicatrizavam. Por que, afinal? Como a gente poderia resolver?”, conta o chefe da área de Trauma Adulto e Idoso do Into, o cirurgião ortopédico Leonardo Rocha.

As pesquisas resultaram em uma técnica capaz de deslocar o dobro de células-tronco normalmente produzidas pelo corpo para o foco das fraturas. “Ficamos surpresos quando descobrimos que a gente conseguia dobrar o número de células-tronco para a cicatrização dos ossos” explica o médico. A experiência rendeu ao grupo de seis especialistas o convite para apresentar o trabalho inédito no Congresso Americano de Ortopedia, na Flórida, nos Estados Unidos.

RESULTADO IMEDIATO – A equipe de pesquisadores, coordenada pelo diretor do Into, João Matheus Guimarães, e pela coordenadora das pesquisas de pós-graduação, Maria Eugênia Duarte, utilizou estímulo mecânico na medula óssea para dobrar o número de células-tronco nos locais de fratura em 13 pacientes. Para isso, os especialistas utilizaram um instrumento chamado fresa óssea, normalmente utilizado para alargar o osso quando é necessário implantar próteses.

“É preciso extrapolar as técnicas usuais de tratamento porque, muitas vezes, elas não se mostram eficazes e rápidas o suficiente para atenuar o sofrimento dos pacientes” observa o diretor, João Matheus Guimarães.
Todos os pacientes em testes no Into regeneraram os ossos. Além disso, o tempo médio de recuperação caiu de 4 a 6 meses para até dois meses. Agora o objetivo dos pesquisadores é de que a técnica inovadora possa ser utilizada em larga escala no Into, referência nacional no atendimento de alta complexidade ortopédica no Sistema Único de Saúde (SUS).

Só no ano passado, foram feitas 9.156 cirurgias – 21% a mais do que no ano anterior. Só as fraturas geraram 1.295 cirurgias no ano passado. O Into é hoje o único hospital brasileiro e um dos 19 do mundo que integram a International Society of Orthopaedic Centers (ISOC), entidade que congrega os melhores hospitais de ortopedia existentes.

 

Como amenizar sensações de frio ou calor

As nossas sensações de frio ou calor têm um componente objetivo, ligado à temperatura do ambiente, e outro subjetivo, relacionado à pessoa em si e seus padrões de percepção. Você tem evidências disso se alguma vez viu alguém sentindo frio e você não estava, ou então era você que sentia e o outro não. Você certamente já tem uma série de alternativas para lidar com a parte objetiva: abrir ou fechar portas e janelas, vestir ou tirar alguma roupa, ventiladores e outras. Veja aqui uma estratégia muito fácil de executar que pode ajudá-lo a controlar melhor a parte subjetiva do frio ou do calor.
A base da estratégia é o fato de termos uma interessante capacidade de generalizar sensações. Você já viu alguém que se dormir com os pés descobertos “morre” de frio? Só os pés estão expostos, mas a pessoa sente frio no corpo todo. Ocorre que as sensações de frio ou calor não estão no corpo todo, apenas em algumas partes. O truque é você prestar atenção de uma forma mais segmentada, mais “fina”.
Verifique isso fazendo uma varredura pelo seu corpo, procurando notar onde está mais frio, onde está quente e onde está neutro. Você vai notar várias diferenças: o que está sob roupa está de um jeito, o que está de fora de outro, podendo também haver diferenças conforme a altura da parte.
Agora escolha uma área com sensações mais definidas e dirija sua atenção para ela. Pelo menos por alguns momentos, você vai reagir somente ao que está sentindo ali. Isso é a mesma coisa que fazemos com dores: segmentar a atenção, focar e ficar reagindo só ao que estamos conscientes. Para não ficar prestando atenção a uma só parte do corpo, você pode atentar para várias partes e reconstruir a percepção global do corpo, desta vez com mais fidelidade.
Passo a passo, fica assim:
– Pista: você percebe sensações de frio ou calor, e as considera desconfortáveis o bastante para interromper o que está fazendo e fazer alguma coisa para lidar com as sensações.
– Decisão: você tomará providências externas, perceptivas ou ambas. Se optar pelas perceptivas, vai ao próximo passo.
– Segmentação da atenção: com vagar, você varre seu corpo procurando pontos ou regiões onde a sensação de calor ou frio é mais intensa. Depois busca por pontos onde não está sentindo a sensação.
Se tiver alguma dificuldade neste passo, exercite-se em situações de maior contraste, como entrando em um carro que ficou ao sol, chegando em um janela onde está batendo sol ou pondo algo frio ou gelado em algum local do corpo.
– Reconstrução da percepção: Preste atenção novamente ao corpo como um todo, já com as percepções parciais.
– Retomada: Volte ao que estava fazendo.
Tive a oportunidade de sugerir esta opção para uma colega de treinamento que estava com os braços junto ao corpo e reclamando de frio. Ela fez o que sugeri e fez uma expressão de surpresa: sua sensação de frio passou na hora. Só não sei se com você o resultado será assim tão imediato.
Um lado bom de tudo isso é que é um tipo de habilidade, e por isso, quanto mais experiência, mais ela se torna fácil e automática. Outro lado é que há limites: pelo menos para mim, funciona bem até um certo grau de frio ou de calor. Nas situações-limite, em geral ainda tenho a opção de ter algum prazer, como apreciar o aconchego de um paletó ou coberta ou o prazer aumentado de beber uma água ou suco gelados. Uma curiosidade, no meu caso, é que em certas situações de calor tenho também a opção de executar somente o último passo, retomar o que estava fazendo. O que não percebo não me incomoda.
Tem ainda outro aspecto: nossos auto-organizados corpos regulam sua temperatura, e, se por fora está frio ou quente, por dentro está estável, em torno de 37 graus Celsius. Por isso, se você estiver com frio ou calor, é só por fora!

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