Severino: meu nome é Maranhão

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*Célio Junger Vidaurre

Quando já estava tudo definido para o Senado votar pelo impeachment da senhora Dilma Rousseff na quarta feira, 11, eis que, surge na Câmara Federal a figura de Severino Cavalcanti, agora, com outro nome: Waldir Maranhão, numa vergonhosa articulação do chefe da AGU, José Eduardo Cardoso e do atual Governados Flávio Dino do mesmo estado do tresloucado deputado que assumiu interinamente a presidência daquela instituição.
Deixando o País atordoado pela inesperada atitude, Maranhão, numa decisão monocrática, mostrou que não pode continuar no cargo e, em consequência, por já estar sendo investigado na Operação Lava Jato, pode sim, ter um fim que está nas mãos do Ministro Teori Zawaski, ou seja, encaminhar esse integrante do baixo clero para a cadeia. O cara, quem diria, já foi Reitor por duas vezes em Universidade do Estado do Maranhão. Depois da loucura, já na terça-feira, 10, pela manhã, o incompetente e despreparado parlamentar tornou sem efeito seu próprio Ato, voltando atrás daquilo que o Doutor José Eduardo Cardoso e o Governador Flávio Dino lhe impuseram.
Porém, nada disso teria qualquer efeito, pois, o Presidente do Senado Renan Calheiros, numa atitude firme e correta, já havia anunciado no mesmo dia que ocorreu o Ato inconsequente e intempestivo de Maranhão, que manteria o julgamento que estava marcado para o dia11, quarta-feira, e disse que não atenderia o Presidente em exercício da Câmara Federal que desejava apenas avacalhar com a democracia. Jamais foi visto nesse País tão vergonhosa situação.
No mais, conforme esperado, ocorreu a votação no plenário do Senado e como já se sabia, a oposição obteve 55 votos para a admissibilidade do impeachment e o governo só conseguiu 22 votos. Foi uma lavagem. Dilma foi notificada logo após e, assim, ficará por 180 dias afastada das funções de primeira mandatária do País. Tudo de acordo com a orientação do Supremo Tribunal Federal que no mesmo dia havia indeferido a liminar que o governo desejava para impedir o andamento do impeachment.
Michel Temer assumiu o poder pela manhã do dia 12 de maio e, infelizmente, começou decepcionando ao anunciar o seu Ministério. Com figuras de passados tristes, totalmente cansativas, o novo Presidente do Brasil mostrou-se sem pulso para controlar essa pressão inicial que os velhos caciques da política empreenderam. Para um homem de gabarito intelectual elevado como é Michel, não justifica essa modalidade adotada pela turma da “goela grande”. Então, fomos obrigados a ver de novo: Eliseu Padilha, Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. E, pior, ter que engolir os filhos de José Sarney, de Jader Barbalho e de Jorge Picciani, ninguém merece…!
A nossa sorte é que, pelo menos, o Ministro da Fazenda nomeado, Henrique Meirelles, pode, como se espera, solucionar, rapidamente, essa situação difícil de nossa economia. Caso não consiga, todos já sabemos, “a vaca vai para o brejo”, pois, com esses Ministros envolvidos na Operação Lava-Jato e com esses filhinhos protegidos por “raposas” ultrapassadas, não chegaremos a lugar algum. Na festa da posse só faltou o filhinho de Sergio Cabral, mas, quase foi!

*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários, do RJ.

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