As ruínas de uma antiga construção no bairro Nossa Senhora da Conceição, em Queimados, podem se transformar em patrimônio histórico oficial do município. Conhecido como o velho leprosário – onde supostamente eram queimados os escravos com hanseníase (ou lepra) na época da escravidão –, o local recebeu nesta semana um mutirão de limpeza com serviços de capina e retirada de lixos e entulhos. A secretaria municipal de Urbanismo prepara um documento para pedir ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) o tombamento da área.
O documento contará com diversas fotos e relatos de moradores da localidade. De acordo com o secretário de Urbanismo, André Bianche, o tombamento trará diversos benefícios ao local. Ele destaca os passos que antecedem a entrega do processo ao órgão federal: “Na verdade tudo isso começou no plano diretor e o local já é tido como de interesse histórico e cultural em âmbito municipal, porém, verificamos a necessidade de um reconhecimento a nível nacional. Agora, estamos fazendo um estudo com todas as informações e vamos montar um processo e enviar ao IPHAN nos próximos meses”, destaca.
Caso o processo seja aceito, o local seria reconhecido como um patrimônio cultural e histórico do Brasil. De acordo com Bianche, um dos objetivos da iniciativa é de que as ruínas recebam melhorias, sejam preservadas ou até mesmo passem por uma restauração. “Existe a intenção de construir um museu para reviver as histórias de fundação da cidade, que já foi, por exemplo, um dos maiores produtores de laranja no Brasil no início do século XX”, afirma.
O terreno que estava abandonado foi limpo pela Prefeitura, através da secretaria do Ambiente. Um dos que se orgulham em participar deste processo é o trabalhador braçal, Miguel Cardoso, de 36 anos. Ele destaca a importância das ruínas para a história local: “Todo mundo fala sobre este lugar. Fico muito feliz em saber que há a intenção de melhorias e resgatar a história daqui. Tomara que dê tudo certo e para isso acontecer estou fazendo a minha parte”, contou.
