Saúde e Beleza – 20/05

Pediatras: poucos perguntam sobre a saúde mental materna
Embora houve um aumento nas perguntas sobre depressão materna, algo em torno de 30%, entre 2004 e 2013, menos da metade dos pediatras faz o rastreamento da condição. De acordo com pesquisadores, isto representa uma oportunidade perdida de identificar a depressão e proporcionar às mulheres um tratamento adequado. Os resultados deste estudo estão na edição atual do Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics.

“A depressão materna afeta até 40% das mães com crianças pequenas e pode ter muitos efeitos negativos sobre o bebê e a criança em desenvolvimento, incluindo questões relativas à alimentação, capacidade de manter relacionamentos e problemas de saúde cognitiva”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

A depressão materna é muitas vezes esquecida e não tratada porque as mulheres com problemas de saúde mental não costumam buscar ajuda e cuidados de saúde para si mesmas. O consultório do pediatra é um local frequentemente visitado pelas mães, o que oferece aos profissionais oportunidades inestimáveis para identificar a condição e se conectarem com elas.

Para chegar a essas conclusões, os investigadores analisaram pesquisas periódicas da Academia Americana de Pediatria. A mais recente incluía dados de 321 pediatras que responderam a perguntas sobre a saúde mental materna, o acesso a serviços e treinamento em saúde mental em 2013. Os resultados da pesquisa foram comparados com uma amostra semelhante (457 pediatras) que responderam às mesmas perguntas em 2004. Entre 2004 e 2013 a percentagem de pediatras que geralmente faz perguntas sobre depressão materna aumentou em 33-44%.

“O estudo demonstra que a triagem por pediatras tem aumentado ao longo dos anos, o que é promissor. Nem todos os pediatras, no entanto, acham que a saúde mental ou a saúde da família estejam no âmbito da sua prática. Dado o quanto sabemos sobre as características dos pais e como elas podem ser fatores de risco para o desenvolvimento das crianças, precisamos colocar mais ênfase na compreensão de todo o contexto familiar, assim pediatras podem prestar cuidados adequados aos seus pacientes”, diz o médico.

Enquanto algumas mulheres podem precisar de tratamento de saúde mental intensivo, outras podem ter sintomas leves, que, se não tratados, podem se tornar mais graves. Intervenções preventivas de baixo custo que podem ser implementadas por equipes mais amplas de profissionais de saúde mental podem reduzir os sintomas e prevenir graves quadros depressivos entre mulheres em situação de risco.
Overdose sonora do dia a dia põe audição em risco

Sirenes de ambulâncias; tráfego intenso; obras em edifícios; britadeiras furando o asfalto; carros de som; TV em alto volume; boates; shows, música altíssima nos fones de ouvido. A ‘overdose sonora’ a que somos submetidos, voluntária ou involuntariamente, pode trazer consequências nada agradáveis à audição.

Até mesmo em casa estamos expostos a ruídos intensos: televisão, rádio e aparelhos de som em volume exagerado; barulhos incômodos do liquidificador, aspirador de pó, secador de cabelo; tudo isso pode provocar perda de audição ao longo do tempo, se não nos resguardarmos quanto ao excesso de barulho.

E as novas gerações são as maiores vítimas de danos auditivos em um futuro nem tão distante assim. Muitos jovens já incorporaram o hábito de ouvir diariamente música por meio de fones que conduzem o som alto diretamente ao canal auditivo, o que é péssimo para a audição.
São os próprios médicos e fonoaudiólogos que alertam: a juventude deve ter mais consciência quanto aos riscos do som alto e proteger a audição sob pena de ter perda auditiva antes de envelhecer ou até mesmo antes da meia-idade.
Para muitos jovens, ouvir música com fones no ouvido dá mais disposição para ‘malhar’ nas academias. Mesmo ao andar nas ruas ou no transporte coletivo, eles acham que a música alta ajuda a abafar o barulho do trânsito, além de proporcionar bem-estar.
Mas essa geração da tecnologia, que não larga os smartphones, dependerá mais de aparelhos de audição no futuro. Isso porque se expor a uma intensidade sonora acima de 80 decibéis ao longo do dia, todos os dias, pode provocar danos irreversíveis na audição com o passar do tempo.

A fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas, ressalva, no entanto, que as consequências do uso frequente de fones de ouvido não são as mesmas para todos. Variam de acordo com o período de exposição sonora e a predisposição genética de cada indivíduo.

“Recomendamos aos jovens que usam fones de ouvido com muita frequência que façam uma avaliação chamada audiometria. É o exame que informa se o paciente já apresenta perda de audição e como deve proceder, a partir daí, para evitar o agravamento do problema”, aconselha. “Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quando o dano à audição ainda é pequeno e o otorrinolaringologista indica o uso de aparelhos, sugerimos um bem pequeno e discreto”, explica.

De acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), 360 milhões de pessoas sofrem de perda de audição no mundo. A médica da OMS, Regina Ungerer, defende medidas de prevenção, principalmente para quem mora em centros urbanos, por causa da exposição a ruídos acima de 80 a 90 decibéis.

“Temos que estar numa faixa sempre abaixo disso, mas quem mora em cidades grandes, com muito barulho de carros, ônibus, buzinas, e até quem convive com o volume alto nos fones – que de uns 15 anos para cá estão nos ouvidos de muitas pessoas -, tem que tomar cuidado. Tudo isso, em conjunto, pode provocar surdez em tempo menor do que antigamente”, alerta a fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia.

Infelizmente, é comum que o indivíduo só procure tratamento quando o caso já está mais grave. Qualquer dano à audição é cumulativo, vai se somando ao longo do tempo e os efeitos podem não ser logo sentidos.

Depois do diagnóstico do médico, cabe aos fonoaudiólogos indicar qual tipo e modelo de aparelho são indicados para atender às necessidades do deficiente auditivo. “Hoje em dia, a tecnologia e o design moderno dos aparelhos estão ajudando a derrubar preconceitos. Já existe uma diversidade de modelos de aparelhos auditivos, alguns completamente invisíveis no ouvido”, conclui Isabela Papera.

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