Saúde e Beleza – 02/06

A vida de um vegetariano

Manter hábitos saudáveis é uma tendência global cada vez mais presente no Brasil. E, quando o assunto é alimentação, o vegetarianismo também ganha força: mais de 15 milhões de brasileiros já se declararam adeptos à alimentação livre de proteína animal, segundo dados do Ibope.
Ainda que para muitos a escolha não esteja somente associada à comida, mas sim a uma filosofia de vida, é preciso atenção na hora de mudar os hábitos alimentares. A nutricionista Flavia Salvitti, do hospital San Paolo, pontua o que é preciso saber antes de aderir ao vegetarianismo para não prejudicar a saúde.

1 – É necessário se adaptar
Segundo a nutricionista, a eliminação da proteína animal da dieta é uma novidade para o corpo. “Por isso, o ideal é não cortar de uma única vez, mas ir eliminando o alimento aos poucos para condicionar o organismo ao novo hábito”.

2- A substituição deve ser levada a sério

As indicações de suplementação devem ser feitas sempre por um profissional da área, que levará em conta uma série de informações e antecedentes do paciente. “Normalmente, caso a pessoa não tenha nenhuma particularidade, os alimentos indicados são proteína texturizada de soja, milho, grão de bico, lentilha, feijão, soja em grão e frutas oleaginosas, como nozes, castanha-do-Pará e castanha-de-caju. Essas frutas são para suprir a falta de gordura, por isso o consumo deve ser moderado, em uma média de três unidades por dia”, explica Flávia.

3 – É preciso disciplina

A especialista revela que os vegetarianos que consomem a proteína animal por meio de ovos e leites conseguem ter uma fonte com algum valor biológico, mas não na quantidade ideal. “A dieta vegetariana também sugere refeições de três em três horas e um equilíbrio no cardápio. A ausência da vitamina B12, por exemplo, normalmente encontrada na proteína animal, faz parte da produção das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), e a sua carência pode causar anemia, principalmente nas mulheres, que já perdem sangue naturalmente por conta da menstruação”, finaliza.

 

Como evitar mortes por câncer

Metade das mortes causadas por câncer e até 40% dos casos da doença decorrem da falta de hábitos saudáveis e exercícios físicos, e não por influência genética. A conclusão é de uma pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, publicada na revista JAMA Oncology.
Entre 20% e 40% dos casos de câncer seriam evitados ao se adotar uma rotina que não inclua cigarros e excesso de bebidas. Além de manter controle do peso aliado a trinta minutos de exercícios quatro vezes por semana.
A pesquisa coletou dados de 140 mil profissionais de saúde. As estatísticas foram acompanhadas por décadas e separadas em dois grupos: pessoas que tinham ou não vida saudável.
Do número total de indivíduos avaliados, apenas 28 mil (20%) entraram na categoria de “Vida Saudável”, com grandes diferenças nos resultados dos exames. Em mulheres com estilo de vida não saudável, a taxa de incidência do câncer atingiu 618 casos para 100 mil pessoas. Nas saudáveis, foram 463 para o mesmo espaço amostral. Redução de quase um terço.
O médico Márcio Almeida, da Aliança Oncologia, explica que ficar longe do sedentarismo também é a melhor maneira de evitar o retorno do câncer. “Estudos apontam que 60% dos que praticam atividades físicas não voltam a ter a doença. Exercícios reduzem níveis de insulina, de radicais livres, e de outros fatores de crescimento das células tumorais.”
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), obesidade e sedentarismo juntos são responsáveis por 20% dos casos de câncer de mama, 50% dos carcinomas de endométrio, 25% dos tumores malignos do cólon e 37% de esôfago. O Ministério da Saúde completa que os dois fatores combinados formam a segunda maior causa de câncer que poderia ser prevenida, atrás apenas do tabagismo.

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