
Foto: Assimp Meriti/Divulgação
A Divisão de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura de São João de Meriti vem aprimorando o trabalho desenvolvido com os alunos que apresentam deficiência auditiva. No CIEP 180 Municipalizado Presidente João Goulart, no Parque Juriti, foi criado um polo para surdos com AEE (Atendimento Educacional Especializado), que disponibiliza professores especialistas em Libras, intérprete de Libras, fonoaudióloga e bidocência para os alunos com deficiência auditiva matriculados na classe regular.
A Unidade de Ensino é uma referência do município em Educação Especial na perspectiva de Educação Inclusiva. O CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado) conta com uma profissional itinerante, a professora Marcia Reis, que acompanha o desenvolvimento dos alunos com deficiência auditiva matriculados na Rede de Ensino, fazendo o elo entre a Divisão de Educação Especial e o polo para surdos. Marcia Reis é a idealizadora do projeto que deu origem à criação do polo para surdos.
“Os intérpretes ajudam na educação bilíngue e no desenvolvimento social dos alunos incluídos. Mas temos sonhos maiores acerca da linguagem de Libras, que é esta a ser utilizada por todos os professores. Por isso, a formação é alvo e também prioridade na Rede Municipal de Ensino”, declara a secretária municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Eneila de Lucas.
Na Rede Municipal de Ensino há diversos casos de inclusão bem sucedida de aluno com deficiência auditiva. Um deles é na Escola Municipal Professora Ligia França, na Praça da Bandeira. A orientadora pedagógica Aline Gualberto conta que o trabalho de língua de sinais estimulou os alunos das turmas regulares a terem interesse em interagir com os surdos e mudos, fazendo com que a inclusão se desenvolvesse melhor na unidade.
Pais de alunos reconhecem bom trabalho
Andreza Lethere Tarquino Ribeiro, dona de casa, de 36 anos, mãe dos gêmeos, Maria Luíza e Matheus Ribeiro da Fonseca, de 9 anos, ambos deficientes auditivos, é testemunha do avanço na educação das crianças. Segundo ela, o projeto trabalhou até a autoestima dos filhos, que antes andavam com a cabeça baixa e não interagiam com os demais estudantes.
“A intérprete veio para somar muito. É um assunto delicado. A gente que tem filho com deficiência fica até emocionado com essa conquista. Meus filhos evoluíram demais. Hoje em dia, estou convencida de que a língua de sinais é a melhor maneira de eles se desenvolverem. Melhorou até a forma de eles se relacionarem com o mundo. Antes, só eu entendia o que falavam. Hoje em dia, até minha filha caçula, Laura, de três anos, já está aprendendo libras com os irmãos. Eles passam para ela tudo o que foi ensinado na escola”, orgulha-se.
Outra inclusão bem sucedida acontece na Escola Municipal Doutor João Alves Martins, com a aluna Tainá Rafaela Veloso da Silva, que estuda na sétima etapa da Educação de Jovens e Adultos e tinha muita dificuldade na compreensão dos conteúdos. Agora que Maria Rosimar Silva Pedrosa (intérprete de Libras) está todas as noites fazendo a interpretação das aulas em Libras o desenvolvimento da jovem é notado pelo corpo docente da unidade, com o reconhecimento da família da estudante.
A diretora Márcia Alencar dos Santos também relatou que a presença da intérprete melhorou a autoestima da aluna e despertou o interesse dos alunos regulares e dos funcionários da escola em conhecer e praticar alguns sinais que favorecem a comunicação com os deficientes auditivos. “Foi um ganho para todos”, conclui a diretora da Escola Municipal Doutor João Alves Martins.