Juiz Sérgio Moro aceita nova denúncia contra Dirceu e seis investigados na Lava Jato

Dirceu se tornou réu em nova denúncia aceita pelo juiz federal em Curitiba

Dirceu se tornou réu em nova denúncia aceita pelo juiz federal em Curitiba

O juiz federal Sérgio Moro aceitou ontem denúncia apresentada contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e mais seis investigados na Operação Lava Jato. A denúncia foi protocolada na terça-feira (28) pela força-tarefa de procuradores da Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba. Os investigadores acusam Dirceu de receber propina oriunda de contratos de uma empresa fornecedora de tubos que prestava serviços à Petrobras.
A Renato Duque, José Dirceu e Luiz Eduardo de Oliveira e Silva são imputados os crimes de corrupção passiva. A Carlos Eduardo de Sá Baptista e a Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares são imputados os crimes de corrupção ativa. A todos os acusados, inclusive Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, os crimes de lavagem de dinheiro.
Com a decisão, Dirceu passa novamente à condição de réu na Justiça Federal em Curitiba. Em maio, o ex-ministro foi condenado por Sérgio Moro a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem e pertinência à organização criminosa.
Nesta nova acusação, a Procuradoria da República atribui a Dirceu o recebimento de R$ 2 milhões em propina do esquema Petrobras.
“Presente, portanto, justa causa para a imputação, a justificar o recebimento da denúncia. Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados acima nominados”, decidiu Moro.
Segundo a Procuradoria, durante as investigações no âmbito da operação Lava Jato, ‘foi comprovado que os executivos da empresa Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, interessados em adentrar no mercado de tubos e celebrar grandes contratos com a Petrobras, solicitaram a intervenção de Júlio Gerin de Almeida Camargo junto a Renato Duque para que a empresa fosse beneficiada perante a estatal’.
Os investigadores apontam que, mediante pagamento de propinas no valor de mais de R$ 7 milhões, Renato Duque ‘possibilitou a contratação da Apolo Tubulars em contrato de fornecimento de tubos com valor inicial de R$ 255.798.376,40, que foi maximizado para o valor de R$ 450.460.940,84’.
De acordo com a Procuradoria, as vantagens ilícitas foram transferidas pela Apolo Tubulars para a empresa Piemonte, do lobista Júlio Camargo. Os investigadores afirmam que, em seguida, Renato Duque solicitou a Júlio Camargo ‘que a sua parcela na propina, cabível em decorrência de suas intervenções, fosse repassada ao núcleo político capitaneado por José Dirceu’.
“Assim, cerca de 30% dos valores recebidos por Júlio Camargo, o que equivale a R$ 2.144.227,73, foram transferidos ao ex-ministro da Casa Civil”, aponta a força-tarefa.
Os pagamentos decorrentes do referido contrato totalizaram R$ 688.633,07 e ocorreram entre 12 de março e 30 de julho de 2012. Conforme a denúncia, nesse período Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo realizaram diversos saques em espécie de alto valor e mantiveram cerca de 300 contatos telefônicos com José Dirceu e seu grupo.

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