Governo não vai interferir na eleição da Câmara

Segundo a mesa diretora, a confirmação dos deputados candidatos tem prazo final ao meio-dia desta quarta   Foto: Agência Câmara

Segundo a mesa diretora, a confirmação dos deputados candidatos tem prazo final ao meio-dia desta quarta
Foto: Agência Câmara

O presidente interino Michel Temer disse ontem que a escolha do deputado Marcelo Castro (PI) como candidato único do PMDB na eleição à presidência da Câmara dos Deputados é uma demonstração de que não vai se envolver na disputa. “É uma demonstração de que nós não entramos na questão da Câmara”, afirmou Temer, após ser perguntado se iria apoiar a candidatura de Castro. Temer deu a declaração depois de um almoço com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Depois de mais de uma hora de reunião a portas fechadas, o PMDB escolheu o deputado e ex-ministro da Saúde do governo de Dilma Rousseff, Marcelo Castro, para ser o candidato único do partido na eleição à presidência da Câmara.
Antes do almoço com a Frente Parlamentar, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou que a indicação do PMDB é “demonstração inequívoca de que o governo não está se envolvendo no processo” de eleição na Casa.
“O processo está em andamento. Minha expectativa continua sendo a de que possamos ter ao fim um número menor de candidatos. Se não, todos disputam e no segundo turno vamos ver quem é o presidente da Câmara”, acrescentou Geddel, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso.
“Preferíamos e se pudéssemos influir era para que houvesse um entendimento global na base. Se não há, qualquer movimento nosso pode ser interpretado como preferência por A ou B e aí sim causar racha”, destacou o ministro.

Temer afirmou que a candidatura Marcelo Castro é prova da sua imparcialidade Foto: PR/Divulgação

Temer afirmou que a candidatura Marcelo Castro é prova da sua imparcialidade
Foto: PR/Divulgação

Pela manhã, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que “o governo trabalha com a ideia da base ter um candidato único” para a presidência da Câmara dos Deputados. “Nós estamos trabalhando para que se tenha um só candidato. É possível construir [candidatura única]. Não tem por que nós criarmos a possibilidade de ter qualquer arranhão na base. Nós temos o projeto de um novo Brasil e esse novo Brasil passa por a gente ter condições de ter na Câmara a base que nós temos hoje. Não podemos correr riscos”, disse o ministro.
“Queremos a unidade da base, portanto, na eleição, não podemos ter divisão. Queremos que tenha unidade. Se não for possível, pelo menos que, logo que encerre a votação, se tenha selada a unidade da base independentemente do resultado. O governo não tem predileto e também não tem vedação a ninguém”, acrescentou Padilha.
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou que “o governo torce até o final para que se chegue a uma redução do número de candidatos”. Geddel, que é responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, não acredita que mais de um candidato à presidência da Câmara vai trazer um racha na base. “Isso se supera. O problema seria se houvesse uma intervenção do governo. Acho que alguém poderia se queixar”, disse Geddel.

Regras e horário para eleição
de novo presidente da Casa

O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), marcou para as 16 horas desta quarta-feira (13), a eleição do presidente-tampão. Maranhão e os integrantes da Mesa Diretora assinaram na segunda-feira (11) o ato com os detalhes que deverão ser respeitados na escolha do sucessor.
O parlamentar a ser eleito cumprirá, até fevereiro de 2017, o mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou na última quinta-feira (7).
Conforme o ato divulgado na tarde de ontem, serão admitidas candidaturas oriundas de qualquer bancada representada na Câmara e também candidaturas individuais. A ordem em que os nomes dos candidatos aparecerão na urna eletrônica será sorteada às 13 horas de hoje. Cada candidato terá 10 minutos para fazer um discurso no Plenário apresentando as suas propostas.
Se nenhum deputado obtiver a maioria dos votos da Câmara (257) no primeiro turno, o segundo turno entre os dois mais bem votados acontecerá uma hora depois do encerramento da primeira votação, e cada candidato terá novamente 10 minutos para falar.
Em caso de empate, será eleito o candidato mais idoso dentre os de maior número de legislaturas na Casa. (Com Agência Brasil)

Quem vai lutar para ser o ‘tampão’

Ontem, a corrida pelo comando do Legislativo federal ganhou o 11º candidato. Trata-se de Evair Vieira de Melo (PV-ES). O parlamentar fez o registro da candidatura pela manhã. A expectativa era de que Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos favoritos na sucessão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também formalizasse a candidatura ainda ontem.
Até a noite da terça-feira (12), estavam0 inscritos, Rogério Rosso (PSD-DF) – líder da bancada e apontado como candidato de Cunha; Fausto Pinato (PP-SP) – ex-relator do processo por quebra de decoro parlamentar de Cunha no Conselho de Ética; Carlos Gaguim (PTN-TO) – aliado do peemedebista; Marcelo Castro (PMDB-PI) – ex-ministro da Saúde e desafeto do deputado afastado; Carlos Manato (SD-ES) – também próximo de Cunha; o segundo-vice-presidente da Casa, Fernando Giacobo (PR-PR); a filha do ex-deputado Roberto Jefferson, Cristiane Brasil (PTB-RJ); a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Luiza Erundina (PSOL-SP); Fábio Ramalho (PMDB-MG) e Heráclito Fortes (PSB-PI).
Apesar de não ter retirado sua candidatura oficialmente, até ontem, Heráclito Fortes deve abdicar da disputa em favor do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), escolhido para representar a bancada. Os candidatos têm até as 12h desta quarta-feira para oficializar seus nomes.
Na tarde de ontem, as 14 cabines de votação estavam sendo instaladas no plenário da Câmara. (AE)

error: Conteúdo protegido !!