Dicas de Português – 04/08

Como usar a preposição ‘a’

Hoje é dia de quatro preciosas lições sobre o A prepositivo. Antes, lembremos que toda preposição é invariável, ou seja, não possui a relação masculino-feminino; singular-plural.

1. A ou EM – Em datas quando usar?
Em relação às datas, usa-se “a” ou “em”. Exemplos:
“Chico Buarque nasceu em (ou a) 1944.”
“Eu nasci em (ou a) 1982.”

2. A ou HÁ – Quando usar?
Sempre que houver dúvida, lembre-se de que as situações pretéritas envolvem HÁ; situações de futuro, A. Exemplos:
“Saí da escola há (faz) pouco tempo.”
“Li Dom Casmurro há (faz) dez anos.”
“Daqui a pouco, começa a partida entre Santos e Botafogo.”
É importante notar que – no último exemplo – não há relação alguma com o pretérito e o “a” não pode ser substituído por “faz”.

3. A ÁLCOOL – COM OU SEM ACENTO?
Por se tratar de palavra masculino (e que não passa a ideia de moda), não há uso de acento algum.
Em outras palavras, o carro é a álcool.
Além disso, caso idêntico ocorre com a palavra “prazo” – outro substantivo masculino. Exemplo:
“Usa o carro a álcool; paga ao dono do posto sempre a prazo.”

4. À BEÇA – Qual a forma correta?
Você sabia que, antes de 1943 – data do nosso mais importante Acordo Ortográfico -, a expressão era grafada com “ss”? Acreditava-se que o nome tinha a ver com um “rei da ostentação” carioca. Infelizmente se comprovou que não tinha.
Em suma: o registro oficial é apenas com cedilha, e a locução deve fazer uso do acento grave.

*Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa e autor gramatical

 

 

A origem curiosa de seis palavras em português

O “batismo” na Natureza ocorreu de maneira muito curiosa. No texto desta semana, veremos a origem de seis termos.

1. Apesar de as Ilhas Canárias receberem esse nome que possivelmente remeta aos pássaros, os conquistadores espanhóis ficaram mesmo impressionados com os cães selvagens que habitavam o local. Por isso, resolveram batizá-lo de Insulae Canarie (ilha dos cães, em latim).

2. É verdade que “camelo” tem a ver com “camelô”? Absolutamente nada. A palavra CAMELÔ veio do francês “camelot”, que se originou do árabe “khamlat”, nome dos tecidos simples comercializados nas grandes feiras livres do Oriente.

3. O nome “dromedário” vem do latim “dromedarius”, que – por sua vez – veio do grego “dromás” (aquele que corre).

4. Você sabia que a palavra “morcego” deriva de duas formas latinas? De um lado, o radical “mur” – rato; de outro, a palavra “caecus” – aquele que não vê. Em outras palavras, morcego é o “rato cego”.

5. ONÇA: derivação do latim vulgar “lyncea”, que vem do clássico “lynx” e do grego “lúgks”. À visão da maioria dos etimólogos, a forma portuguesa chegou por meio do francês “once”, que seria a redução de “lonce” (lince).

6. Certamente uma das origens mais divertidas é a do verbo “paquerar”. O termo surgiu por causa das pacas (aquele bicho mesmo!). O paqueiro – a “paqueirar” – caça pacas: observando o animal até o momento certo de capturá-lo.

* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa e autor gramatical

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