Rafaela Silva dá primeiro ouro ao Brasil

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Rafaela Silva encaixa o golpe decisivo sobre a judoca da Mongólia Sumiya Dorjsuren Foto: Reuters/Toru Hanai
Rafaela Silva encaixa o golpe decisivo sobre a judoca da Mongólia Sumiya Dorjsuren
Foto: Reuters/Toru Hanai

A judoca Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Rio 2016 ao derrotar a judoca da Mongólia Sumiya Dorjsuren, líder do ranking mundial. Com um wazari, a carioca de 24 anos é a nova campeã feminina do peso-leve (até 57kg).
Desde que entrou pela primeira vez no tatame, na manhã de ontem, Rafaela decidiu que ela ia muito longe na Olimpíada do Rio. Com muita raça, sangue nos olhos e uma técnica apurada, ela contou o apoio de uma ensandecida torcida que vibrou sem parar, pressionando as gringas.
Rafaela começou com tudo já na primeira fase, quando superou a alemã Myriam Roper. Bastaram 13 segundos para ela encaixar um golpe de perna quase perfeito que jogou a adversária para o solo. Wazari da brasileira. Com um nível altíssimo de concentração, Rafa continuou buscando a gola e manga da oponente para liquidar logo a fatura. Assustada diante de seu grande algoz, Ropper tentou entrar uma técnica de quadril, mas logo levou um contragolpe da brasileira e mais um wazari. Dois wazaris valem um ippon. E, após 45 segundos, Rafaela já estava nas oitavas de final. Vitória para empolgar.
A adversária seguinte foi a sul-coreana Jandi Kim, vice-líder do ranking mundial. E a luta foi iniciada com uma forte briga pela pegada. As duas se respeitaram muito e não davam moleza para que golpes fossem encaixados. Mais forte fisicamente, Rafa acabou conseguindo forçar uma punição da asiática, saindo na frente.
Passados dois minutos, Kim passou a tentar uma nova pegada, mas não demonstrava vontade de lutar. Ótimo para Rafaela que viu a rival ser punida mais uma vez. Nervosa, a gringa deu espaço para que a carioca entrasse um bonito golpe de perna e a projetasse ao solo: wazari para Silva.
Com boa vantagem e um minuto para o fim da luta, Rafaela demonstrou que estava muito bem preparada e fez o tempo passar. A torcida brasileira ajudou em alto e bom som com a contagem regressiva de dez segundos, e vibrou muito com o triunfo de Rafa, que estava nas quartas.

Torcida brasileira empurra judoca rumo à semifinal

O semblante concentrado de Rafaela deixou claro que ela estava sedenta para ir à semifinal. A carioca sabia que precisava se movimentar para encaixar a pegada na húngara Hedvig Karakas, que tem um reflexo rápido. Mais agressiva, a europeia conseguiu forçar uma punição de Rafa. Mas, logo depois, ela devolveu.
Após uma luta parelha nos dois primeiros minutos e nenhuma entrada de golpe, Rafaela tratou de colocar fogo na disputa com a entrada de um potente golpe de perna: wazari para delírio da torcida que empurrava sem parar a atleta da casa.
Restava um minuto, e bastava Rafaela cozinhar a luta. Ela podia, inclusive ser punida mais duas vezes. Nem precisou. Vitória importantíssima, vaga na semifinal e disputa de medalha garantida para a menina da Cidade de Deus.

Golden score decide finalista

Como não poderia deixar de ser, a semifinal começou muito tensa contra a romena Corina Caprioriu, prata em Londres 2012 e vice no Mundial de 2015. Analisando cada movimentação da adversária, as oponentes ficaram disputando pegada incessantemente. Qualquer descuido poderia abrir espaço para a entrada de golpe da oponente. Ambas acabaram sendo punidas por falta de combatividade.
Passados os dois primeiros minutos de luta, Rafa começou a tentar se impor. O famoso uchimata (golpe de quadril com uso da perna) quase entrou. A europeia não buscava muito a luta, mas a arbitragem adotou uma postura de não interferir no resultado. A luta foi para o golden score.
Quem fizesse a primeira pontuação estaria na final olímpica. Era hora de lutar com o coração, mas sem esquecer que tinha uma grande oponente do outro lado. Passados 45 segundos, o juiz chegou a dar um yuko para Rafaela, mas ele voltou atrás, irritando a torcida brasileira.
O tempo corria e as duas se esforçavam muito para finalizar a luta. Rafa quase derrubou Caprirou com o seu uchimata. Já tinham passado três minutos. Era hora de derrubar a romena! Rafaela Silva foi lá e fez o serviço. A gringa tentou uma técnica de sacrifício, as duas fizeram muita força e a carioca acabou entrando um potente ouchigari, uma das técnicas mais simples de perna, para conseguir um wazari e se garantir na briga pelo ouro.

A grande final

Rafa entrou no tatame com cara fechada e uma concentração enorme. Como sempre acontece em lutas envolvendo duas grandes judocas, a disputa pela pegada foi tensa nas primeiras ações. Sem que as feras entrassem golpes, ambas foram punidas.
Com pouco mais de três minutos para o fim, Rafa encaixou um poderoso golpe de perna e conseguiu um wazari. O juiz pediu ajuda do replay dos árbitros de mesa e poderia ter dado ippon, encerrando o combate. Mas acabou sendo wazari mesmo e a luta continuou.
Rafa seguiu com muita atitude, mas a atleta da Mongólia cresceu. Líder do ranking mundial, Dorjsuren precisa correr atrás no minuto final. Nada tiraria o ouro de Rafa. E o tempo acabou. Ouro para o Brasil. Ouro de Rafaela Silva.

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