
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
O assassinato do menino Miguel da Silva dos Santos, de 1 ano e 10 meses, segue sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). De acordo com as últimas informações da especializada, as agressões que levaram à morte da criança, na madrugada de ontem, em Nilópolis, não foram as primeiras sofridas por ela e cometidas pela própria mãe, Thamires da Silva Ferreira, de 18 anos, acusada pelo crime. Ela contou com a ajuda do namorado, Gabriel da Silva Pereira, também de 18 anos, para matar o menino. O casal está preso na DHBF.
O delegado adjunto da especializada, Leandro Costa, responsável pelo inquérito, já começou a ouvir o relato de testemunhas e também de pessoas ligadas à família da vítima. Familiares da mãe revelaram que a vontade de tirar a vida da criança era anterior e disseram que Thamires já tinha comentado que não tinha interesse em ficar com o filho, e que o próprio pai não tinha condições de criá-lo.
As investigações apontam que Thamires e o namorado Gabriel iam para a casa de uma tia dele, mas não queriam levar Miguel e decidiram abandoná-lo. Segundo o delegado, a mãe teve remorso de deixá-lo consciente na rua e então o casal resolveu desacordá-lo antes de abandoná-lo em um local conhecido como Monte, no bairro Cabuís, em Nilópolis, próximo à Via Light.
Miguel desmaiou, mas logo acordou. Thamires e Gabriel perderam a paciência e iniciaram as agressões físicas e o enforcamento do menino. “Ela colaborou e consentiu que Gabriel tirasse a vida do filho. As primeiras tentativas de asfixia foram por parte dela”, revela o delegado Leandro Costa.
Após o crime, o casal foi localizado por parentes na Pavuna, Zona Norte do Rio, e informaram onde estava a criança. Familiares estiveram no local citado por Thamires e Gabriel e acionaram policiais militares do 20º BPM (Mesquita) que faziam patrulhamento na Via Light. Eles buscaram atendimento na UPA de Cabuís, mas a unidade estava lotada. Então seguiram para o Posto de Saúde de Nova Cidade, mas Miguel já estava morto. Segundo nota emitida pela Prefeitura de Nilópolis, responsável pelo posto de saúde, o médico que estava de plantão constatou que a criança já havia falecido horas antes de chegar à unidade, devido ao estado de seu corpo.
O casal foi preso e levado para a 57ª DP (Nilópolis), onde o carro foi inicialmente registrado. Em seguida, foram transferidos para a DHBF, que assumiu as investigações. Thamires e Gabriel vão responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e asfixia e podem pegar até 30 anos de prisão.
por Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)
Colaboração: Ivan Teixeira (ivan.teixeira@jornalhoje.inf.br)