“Coisa de bandido”, diz Pezão sobre incêndio a ônibus

Ônibus foi incendiado após motorista se recusar a pagar pedágio para traficantes

Ônibus foi incendiado após motorista se recusar a pagar pedágio para traficantes

O governador Luiz Fernando Pezão classificou como “coisa de bandido” o incêndio de cinco ônibus na Baixada Fluminense, na quinta-feira, e outros dois na manhã de ontem, no Rio de Janeiro. Os episódios de vandalismo foram provocados por traficantes em reação ao avanço das ações policiais.
“É uma reação do tráfico. Trabalhador não queima ônibus. Isso é coisa de bandido. O cidadão de bem quer a polícia por perto, quer paz no seu bairro, na sua comunidade. É por este cidadão que o estado está aperfeiçoando e vai avançar no processo de pacificação. Ocupamos e estamos com operações em toda aquela região e no Chapadão. Estamos com grandes operações previstas para continuar a combater a criminalidade. A polícia está atrás dos responsáveis”, disse Pezão.
Na Baixada Fluminense, as ações aconteceram no distrito de Engenheiro Pedreira, em Japeri, no fim da tarde de quinta-feira, quando cinco ônibus foram incendiados na Avenida Tancredo Neves, por traficantes da Favela do Guandu.
Segundo o 24º BPM (Queimados), os criminosos queriam cobrar pedágio dos ônibus que passavam pela comunidade. Os motoristas que passavam pela região teriam se negado a pagar e, por isso, os traficantes atearam fogo nos coletivos.
Nas redes sociais, moradores de Engenheiro Pedreira relatam que o comércio foi fechado por ordem dos traficantes. Testemunhas afirmam que homens em motos circulavam pelo distrito, mandando os lojistas baixarem as portas por volta das 18h30 de quinta-feira.

Vandalismo também no Rio

Moradores do Complexo do São Carlos atearam fogo em dois ônibus na manhã de ontem. O primeiro coletivo foi incendiado no Largo do Estácio, nas proximidades do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) e da estação de metrô. O segundo foi incendiado na Rua Campos da Paz, na altura do número 77, no Rio Comprido. O ato ocorreu em represália às mortes de dois homens que, segundo amigos e familiares, trabalhavam como mototaxistas na comunidade, na noite de quinta-feira.

Prejuízo chega a R$ 2 milhões

Em nota, o TransÔnibus – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu – repudiou os atos de vandalismo ocorridos na Baixada. Segundo o sindicato, um ônibus pode transportar mais de 40 mil passageiros em um período de seis meses. Como não existe seguro para coletivos por incêndios criminosos, não é possível fazer a reposição imediata.
“Por isso, os ataques provocam impacto no sistema de transporte, prejudicando a população com a redução da oferta do serviço. Os recursos necessários para repor os cinco veículos incendiados e retirados de circulação nos últimos dias chegam a cerca de R$ 2 milhões”, diz um trecho da nota.

Por: Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)

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