Diversão e Lazer – 20/09

“Estamira – Beira do Mundo”, no SESI cultural

peça é inspirada em documentário sobre a catadora de lixo do maior lixão da América Latina, interpretada por Dani Barros

peça é inspirada em documentário sobre a catadora de lixo do maior lixão da América Latina, interpretada por Dani Barros

O SESI Cultural promove o circuito da peça “Estamira – Beira do Mundo” no Rio de Janeiro em setembro. No dia 23, às 20h, o espetáculo faz parada no Teatro SESI Duque de Caxias, na Rua Arthur Neiva, número 100, bairro 25 de Agosto. A montagem é uma adaptação do documentário do diretor Marcos Prado e revela a história de uma catadora de lixo do Jardim Gramacho, bairro da Baixada Fluminense, onde funcionou o maior lixão da América Latina. Com uma percepção surpreendente do mundo, Estamira é inspiração de uma das mais elogiadas peças teatrais dos últimos anos e traz a atriz Dani Barros na pele da “Profetisa do Lixão”. A apresentação tem ingressos a R$ 22 (inteira) e R$ 11 (meia-entrada).
O espetáculo é o segundo solo da atriz Dani Barros e resultado da parceria com a diretora Beatriz Sayad (ambas atuaram no projeto “Doutores da Alegria” e na peça teatral “Inventário – aquilo que seria esquecido se a gente não contasse”). “Estamira – Beira do Mundo” estreou no Rio de Janeiro em 2011 e, desde então, participou de festivais nacionais e internacionais de teatro e venceu diversos prêmios, entre eles: Questão de Crítica, Shell, APTR e APCA na categoria “Melhor Atriz” (Dani Barros). Foi ganhador também do Funarte Myriam Muniz (2011 e 2012) e do edital Fate 2012. Além disso, a peça figurou na lista de melhores em diversos meios de comunicação, sendo eleita a peça do ano de 2012 pela Veja São Paulo.
Mais do que uma adaptação, a peça é também um depoimento pessoal e artístico, já que fala sobre os que se encontram à margem da sociedade, no meio do lixo, do descaso e que são tratados como restos na maior parte da vida. A voz de Estamira é uma resposta a essa negligência social: o lixão é a representação irônica e trágica da própria condição em que vive a sociedade.

 

Produções artístico-culturais audiovisuais ganham mapa
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O Canal Plá lança, em primeira mão no Circo Voador, o mapa que identifica 100 pontos de produções e ações artístico-culturais com material audiovisual nas regiões mais periféricas do Rio neste sábado, 24 de setembro, às 18h. O levantamento, o reconhecimento e a divulgação dessas iniciativas são de extrema importância para trazer à tona a efervescência cultural que, também, acontece antes do Rebouças e continua sendo pouco conhecida e recebendo ainda menos visibilidade. Coletivos, grupos, artistas, ativistas e até mesmo produções individuais estão identificados no mapa como, por exemplo: ”Norte Comum (Benfica/ RJ)”, ”AfroFunk Rio (Lapa/RJ)”, ”Cineclube de Guerrilha da Baixada (São João de Meriti/ RJ)”, ”Instituto Enraizados (Nova Iguaçu/RJ)”, ”Grupo Tá Na Rua (Centro/RJ)”, ”Terreiro de Ideias (Duque de Caxias/RJ)”, ”Sarau do Alemão (Morro do Alemão/RJ)”, ”Centro Cultural Donana (Belford Roxo/RJ)”, ”Leão Etíope do Méier” e ”Museu da Maré”. Na ocasião, o Plá responde pelo espaço de cineclube do evento apresentando suas produções, cinco mini documentários: ‘FavelAldeia – Nossas Lutas São As Mesmas’, ‘Ato Contra o Fim da LGBTfobia’, ‘#OcupaCairu’, ‘Mães em Cárcere (Semana do Bebê) e ‘Ser Mulher e Tornar-se Negra (BuraKbela)’.
As primeiras filmagens – experimentações audiovisuais – começaram em julho de 2015 e o primeiro mini documentário  foi lançado em agosto do mesmo ano, com quatro diferentes coberturas e uma videoarte. De lá pra cá, foram produzidos sete mini documentários, um videoclipe, uma videoarte, quatro entrevistas e um debate. Para uma das curadoras e ‘cartógrafa afetiva’, Bia Pimenta, o projeto convida cada um a fazer seu próprio mapa, exercitando o olhar do que há de beleza e arte na sua trajetória pessoal. ”Acreditando que o mapa não é o território, convido-os ao passeio por esse espaços, seja através dos vídeos, seja visitando esses pontos apontados, que foram atenciosamente pesquisados”, completa a artista plástica.
Um dos aspectos do canal é preservar no registro a essência do evento ou da ação. Para isso, quem conta a história são os produtores, intervenções e público, fugindo do modo tradicional e acadêmico de se fazer jornalismo, onde a presença e a locução do repórter são fundamentais. Para o idealizador da iniciativa, José Alsanne, a ideia é explicar que mostramos os eventos e ações de uma maneira mais orgânica e próxima da realidade. “O conteúdo final se aproxima da efervescência cultural e preza que o afeto entre esses coletivos sejam transmitidos da forma mais orgânica possível”, conta. “Queremos criar narrativas e histórias a partir desses encontros. Sempre que vou registrar uma ação, saio com dezenas de outras na agenda”, completa.
O canal tem parceria com o Cineclube Buraco do Getúlio e o selo musical Pirão Discos, ambos de Nova Iguaçu. A produtora do Buraco, Luana Pinheiro, destaca a produção de memória. “A gente tem uma falta, não só na Baixada, na questão da memória, do que a gente produz. Por isso é tão importante uma iniciativa que registre o que os movimentos estão fazendo, o que a rede cultural independente está produzindo. Por isso o Cineclube resolveu apoiar esse projeto”, opina.
Além das atividades culturais, o Plá registra mudanças sociais dos territórios. O projeto acompanhou durante um mês o processo de construção de uma praça no Morro do Alemão, Zona Norte do Rio. A iniciativa partiu da própria comunidade local, em conjunto com o Instituto Raízes em Movimento e os alunos de arquitetura da UFRJ. A praça foi construída em um espaço deixado pelas obras inacabadas do Programa de Aceleração do Crescimento na favela. A praça foi finalizada e a primeira etapa apresentada no episódio piloto do Canal.

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