Professores de Meriti protestam na porta da prefeitura

Cerca de 200 professores protestaram na manhã de ontem na porta da prefeitura Foto: Gabriele Souza

Cerca de 200 professores protestaram na manhã de ontem na porta da prefeitura
Foto: Gabriele Souza

Servidores da Educação de São João de Meriti realizaram ontem um ato de protesto em frente a prefeitura da cidade. Atraso no pagamento dos salários e corte nos benefícios recebidos pela categoria são os motivos da reivindicação. Conforme o Sindicato Estadual dos Professores de Educação (Sepe), a decisão de paralisação por 48 horas, iniciada no dia 19, foi votada na última segunda-feira em assembleia extraordinária com os profissionais.
Os funcionários reivindicam o pagamento de salários atrasados e das férias, além de aumento do vale-transporte, atualmente de R$ 50 mensais; equivalência no salário dos funcionários antigos e novos, já que aqueles que fizeram concurso agora ganham 56% a menos; concessão da aposentadoria de quem já fez o pedido há mais de um ano; e direito à licença-prêmio. “Nós estamos recebendo atrasado há alguns anos. Todo mês, o prefeito atrasa mesmo tendo uma lei municipal, que garante o pagamento do funcionário até o décimo dia útil”, disse a representante do Sepe, Elisângela Lopes.
Ainda segundo a professora Elisângela Lopes, o prefeito Sandro Mattos alega mensalmente que o atraso ocorre por um erro no sistema da prefeitura. “O prefeito vem ultrapassando a data limite (10º dia útil) há vários meses, e sempre justifica dizendo que foi um erro do sistema”, contou a professora.

Professora Gisele da E.M. Padre Paul Jean Guerry, em Tomazinho Foto: Gabriele Souza

Professora Gisele da E.M. Padre Paul Jean Guerry, em Tomazinho
Foto: Gabriele Souza

Elisângela também ressaltou que os servidores da educação municipal de Meriti sofreram um corte na gratificação, que pela lei municipal do plano de carreira deveria ser incorporado no salário base, o que não aconteceu. “Em Meriti foi retirada a gratificação dos professores”, garante.
Os professores do município não receberam férias desde janeiro. “O prefeito vem dizendo que vai estudar um calendário para o pagamento, mas até hoje não pagou nossas férias”, frisou a representante do Sepe. Os servidores também lutam por melhorias na educação e nas escolas do município. “Não temos um terço de férias, não temos qualidade na educação, está faltando papel higiênico e outros itens primordiais nas escolas”, relatou Elisângela Lopes.
Os servidores aposentados do município também são amparados pela lei e deveriam receber até o décimo dia útil. Até a manhã de ontem, o pagamento ainda não havia sido feito. “O prazo para o pagamento dos aposentados terminou na última sexta-feira (15), o prefeito Sandro Mattos não dá nenhuma previsão para realizar o pagamento”, disse a professora.
O Sindicato Estadual dos Professores de Educação informou que desde 2003 não é atendido pela secretaria municipal de São João de Meriti. Além disso, informou também que desde então, nenhum dos ofícios enviados pelo Sepe foi respondido pela secretaria de Educação ou pelo governo municipal.
Em relação aos efeitos da paralisação dos professores na rede municipal de ensino, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São João de Meriti informou que “Todas as 62 unidades escolares funcionaram normalmente nos dias 19 e 20/5”. Sobre a previsão de pagamento das férias dos servidores, a assessoria respondeu que “de acordo com a legislação, as férias podem ser pagas até o 11° mês do gozo das mesmas. Nos últimos anos, o pagamento era realizado em janeiro, mas este ano, devido ao ajuste financeiro realizado no ano passado, a prefeitura não realizou em janeiro e vai liberar dentro do período da legislação”. Ainda segundo a assessoria, o pagamento dos aposentados e pensionistas será regularizado em junho, uma parte de março e o mês de abril ainda estão atrasados.

Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)

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