Deputado Rodrigo Maia e o ministro Gilmar Mendes discutem reforma política no Brasil

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia se encontra com presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, na sede do TSE, para falar sobre reforma eleitoral Foto: José Cruz/Agência Brasil

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia se encontra com presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, na sede do TSE, para falar sobre reforma eleitoral
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) esteve ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lá, reuniu-se com o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes. Os dois conversaram sobre a reforma política e a implantação no país de um documento único, que prevê concentrar informações de vários cadastros – como CPF, título eleitoral, biometria, identidade e outros – em um só documento.
Pouco antes do encontro, Maia havia dito que há a expectativa de que a comissão que vai analisar a reforma seja instalada na próxima semana. No TSE, ele disse que pediu a Mendes que seja mantido um diálogo entre o tribunal e a comissão. A ideia é debater, além da reforma política, o sistema eleitoral e a lei a ser usada nas eleições. “Certamente nenhuma lei é perfeita. A gente pode tratar não apenas de sistema eleitoral, mas também da adaptação e modernização da lei vigente”, comentou.
Maia citou por exemplo a necessidade de debater o registro de candidatos. Uma sugestão é a criação de um pré-registro, para facilitar a análise dos tribunais. “É só uma ideia que o ministro [Mendes] tem e que a gente concorda. De repente [se pode] antecipar isso e criar um pré-registro [dos candidatos], para que fique mais fácil para os tribunais regionais e depois o TSE [analisar]”, disse.
O presidente da Câmara reforçou ainda a importância de debater o sistema eleitoral, já que para ele o modelo vigente no país não representa mais a sociedade. Para o deputado, é preciso ter um sistema que possibilite a legitimação da política e também o seu financiamento, já que a partir das eleições municipais deste ano passou a valer a lei que proíbe que empresas façam doações eleitorais. “Porque não haverá mais financiamento de pessoa jurídica. Então, nós teremos financiamento ou de pessoa física ou público. Com [apenas] estes dois modelos, o sistema vai entrar em colapso em 2018”, disse.
>> Documento único – Outro tema tratado na reunião foi a criação do documento único para os brasileiros. “Esse projeto é prioridade para nós. [Queremos] avançar na biometrização”, disse o presidente do TSE. Segundo ele, para que seja definido um cronograma sobre o tema é preciso que o Congresso vote o projeto.
“Depois das eleições vamos intensificar o trabalho da biometrização. Temos hoje mais de 40 milhões de pessoas já biometrizadas e vamos avançar neste sentido em relação aos estados que estão mais atrasados”, disse Mendes. A expectativa, segundo o ministro, é que a quase totalidade do eleitorado esteja com o cadastro de biométrico feito até as eleições de 2018.
>> Execuções penais – Durante a entrevista concedida após a reunião, Gilmar Mendes foi questionado a respeito de uma possível mudança na Lei de Execuções Penais, já que em maio deste ano o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que iria propor o endurecimento do regime de progressão de pena.
Segundo o ministro, essa é uma consideração “de índole política penitenciária”. “O problema é a falta de vagas nos presídios, uma vez que a própria política adotada atualmente de progressão de regime teve a ver com problema de falta de vagas”, disse.
Ele disse que o problema de falta de vagas no sistema prisional precisa ser enfrentado e citou uma lei que está sendo debatida no Senado que valoriza novos mecanismos eletrônicos, como a pulseira eletrônica.

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