
O novo secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, tomou posse ontem no lugar de José Mariano Beltrame, que pediu demissão na semana passada, e em seu primeiro pronunciamento afirmou que fará reuniões periódicas de avaliação dos números da criminalidade, com foco nas UPPs e horas depois anunciou o coronel Wolney Dias Ferreira como o novo comandante geral da Polícia Militar. Em reunião com o atual comandante da PMERJ, coronel Edison Duarte, o secretário agradeceu à dedicação pelos excelentes serviços prestados por Duarte desde 4 de janeiro de 2016, quando assumiu o comando da corporação. O novo comandante tem 55 anos é casado e pai de três filhos. Entre as várias funções desempenhadas ao longo da carreira, ele foi Corregedor Interno da PMERJ; comandou vários batalhões e atualmente estava na reserva.
“Desejo a ele sucesso nesta jornada, em especial pelo momento desafiador para todos nós”, afirmou o secretário.
Roberto Sá garantiu ainda que o projeto das UPPs continua, mas que eventuais ajustes serão feitos.
“Vamos focar e intensificar nas investigações (para apreender) de fuzis e armas de alto poder explosivo, juntamente com outras polícias, em uma ‘coalizão do bem'”, afirmou o secretário.
Segundo ele, a sua gestão vai focar na preservação da vida e na valorização do profissional de segurança pública. “A gente vai fazer com que essa gestão do conhecimento valorize o policial civil e o militar que estão lá na ponta”.
Entre as ações de combate ao crime organizado, está prevista uma investigação mais intensa sobre o uso de armas de grosso calibre e explosivos por grupos criminosos.
“Eu quero algo a exemplo do que era a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE). Essas são as armas usadas na lógica do terror, como fuzis e explosivos”, explicou Sá.
Roberto Sá disse que mudanças pontuais na equipe ocorrerão. “Ainda irei conversar com os dois”, disse, sem deixar claro quem serão os nomes que ocuparão a Chefia de Polícia Civil, que teve a saída de Fernando Veloso na última semana, e o comando da Polícia Militar, atualmente comandada pelo coronel Édison Duarte.
O secretário afirmou que vai fortalecer as UPPs, mas a forma que isso será feito ainda será discutido. “São necessidades das UPPs que vamos ver com monitoramento, como realocação de recursos, que independe de dinheiro”, explicou Sá, acrescentando que vai prezar por mais integração com a polícia civil.
O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse, durante a cerimônia, que o estado avançou muito na questão de inteligência. “A olimpíada permitiu que trocássemos todas as informações necessárias para que, a partir do momento que os protocolos sejam assinados, possamos partir para operações conjuntas”, explicou Moraes.
Segundo ele, vem sendo feito um mapeamento de homicídios em cada capital, assim como a apreensão de armas, de baixo e alto calibre. “Fechamos o mapeamento em cada uma das capitais. Segurança pública é união, é cooperação. Vamos fechar dois planos relativos à homicídios e violência doméstica de um lado, e das fronteiras brasileiras do outro”, disse ele, ressaltando que o presidente Michel Temer determinou que todo apoio possível fosse dado ao Rio na questão de segurança pública.