Preocupação zero no Planalto com possível delação do ex-deputado

Ontem, o clima na sede do Governo Federal era tranquilo, apesar da ‘turbulência Eduardo Cunha’ Foto: PR/Divulgação

Ontem, o clima na sede do Governo Federal era tranquilo, apesar da ‘turbulência Eduardo Cunha’
Foto: PR/Divulgação

A Secretaria de Imprensa da Presidência se antecipou à chegada do presidente Michel Temer da viagem à Ásia para rechaçar: qualquer tipo de preocupação do governo com uma possível delação do peemedebista “é zero”. “Não há preocupação nenhuma”. “O governo tem reiterado que não há nenhuma interferência na Lava Jato e que as ações são de outro poder, que é completamente independente”, disse a assessoria.
A secretaria esclareceu ainda que os rumores de que Temer teria antecipado seu retorno do Japão para poder “abafar a crise Cunha” não fariam sentido, já que a decisão teria sido tomada há alguns dias. Segundo explicou o órgão de comunicação do Planalto, a decisão foi tomada há pelo menos dois dias, quando uma equipe de pilotos da FAB foi enviada para Seattle para fazer a troca de comando da aeronave. As informações, no entanto, foram repassadas para a imprensa apenas hoje.
O Planalto disse ainda que Temer cumpriu a agenda prevista no Japão e apenas decidiu cancelar o pernoite em Tóquio e encurtar a parada em Seattle – que seria de 20 horas para 1h30 – assim como fez na ida, quando encurtou o tempo de abastecimento em Atenas. Segundo informou a assessoria, o planejamento alterado prevê algumas providências internacionais de pedido de autorização de sobrevoo, o que demonstraria que o retorno de Temer não tem relação com a prisão de Cunha.
A notícia de que Temer antecipou seu retorno coincidiu com a prisão de Cunha e gerou uma onda nas redes sociais de que o presidente já teria sido informado. Apesar disso, um interlocutor do Planalto disse que não há razões para o governo comentar “boatos de redes sociais”.
Até o momento, os interlocutores de Temer dizem que o presidente ainda não teria sido informado da prisão de Cunha e que estaria dormindo na cabine do avião presidencial na companhia da esposa, Marcela Temer.

Problemas na agenda do Congresso Nacional

Uma das preocupações do governo é sobre o possível impacto da prisão de Cunha na agenda do Congresso. Apesar disso, interlocutores do presidente lembram que na época da cassação do peemedebista também existiu esse temor e o governo conseguiu colocar a sua agenda. “A agenda da Lava Jato é uma e não tem nada a ver com a agenda de tirar o País da crise”, disse um interlocutor de Temer.
Fontes do Planalto que conversaram com o presidente em exercício, Rodrigo Maia, que é o presidente da Câmara, afirmaram que ele, ao comentar a prisão de Cunha, disse não acreditar que o episódio possa impactar nas votações. O governo tem como prioridade a votação em segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita os gastos públicos, agendada para o início da semana que vem.

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