Palocci é indiciado por corrupção passiva

Ex-ministro de Lula e Dilma foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato e vai sentar no banco dos réus Foto: Werther Santana/Estadão

Ex-ministro de Lula e Dilma foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato e vai sentar no banco dos réus
Foto: Werther Santana/Estadão

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Antonio Palocci foi indiciado por corrupção passiva em meio à investigação da 35ª fase da Operação Lava Jato. Ontem, a Polícia Federal anexou no sistema da Justiça Federal, o oficio no qual comunica o indiciamento ao juiz Ségio Moro e ao Ministério Público Federal.
Também foram indiciados Juscelino Antonio Dourado, Branislav Kontic, João Cerqueira de Santana Filho, Mônica Moura, Marcelo Odebrecht e Benedicto Barboda da Silva Júnior.
Antônio Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda no governo Lula. Atualmente, o ex-ministro está na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde quando foi preso, em São Paulo.
Segundo investigadores, a empreiteira Odebrecht repassou R$ 128 milhões em troca de vantagens junto ao governo federal, como interferência em licitações da Petrobras e medidas que lhe deram benefícios fiscais. Parte do valor foi destinado ao PT, que recebeu na forma de doações eleitorais, entre outras. Pagamentos também foram feitos em anos não eleitorais.

Suspeita contra Lula está
no indiciamento de Palocci

 

Marcelo Odebrecht está no mesmo barco do ex-ministro ao lado de João Santana

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A Polícia Federal suspeita que o codinome ‘amigo’ encontrado em planilhas de propinas da Odebrecht, é o ex-presidente Lula. O fato foi revelado em relatório do delegado Felipe Hille Pace que indiciou o ex-ministro Antonio Palocci ontem.

Em um documento do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, ‘Amigo’ é destinatário de R$ 23 milhões. Esse era o setor responsável pelo pagamento de propina a políticos, agentes públicos, ex-dirigentes da Petrobras, segundo a Lava Jato.
Pace afirma que “que existe respaldo de provas e coerência investigativa” em considerar que o “Amigo” das planilhas seja o ex-presidente, mas ressalta que as investigações de crimes supostamente praticados por Lula são conduzidas por outro delegado da PF, Márcio Adriano Anselmo. Segundo ele, Anselmo já tem conhecimento dos “elementos probatórios”.

Em um documento do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, ‘Amigo’ é destinatário de R$ 23 milhões  Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Em um documento do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, ‘Amigo’ é destinatário de R$ 23 milhões
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

“Luiz Inácio Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de “Amigo de meu pai” e “Amigo de EO”, quando usada por Marcelo Bahia Odebrecht e, também, por “Amigo de seu pai” e “Amigo de EO”, quando utilizada por interlocutores em conversas com Marcelo Bahia Odebrecht”, diz o relatório subscrito pelo delegado federal Filipe Hille Pace. A sigla EO seria referência a Emíilo Odebrecht, patriarca do Grupo Odebrecht.
Ainda segundo a PF, o codinome “Amigo” aparece como beneficiário de R$ 8 milhões debitados do saldo do que a chamou de “conta-corrente da propina” da empreiteira com o PT, a planilha italiano. O codinome aparece ainda na planilha da conta Paulistinha, que listava remessas em dinheiro feitas pela empreiteira em São Paulo, com a “saída” de R$ 300 mil em 30 de outubro de 2014.
O ‘italiano’, segundo a PF, é uma referência a Antonio Palocci. Segundo a Lava Jato, entre 2008 e o final de 2013, foram pagos pela Odebrecht mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo o ex-ministro.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou, por meio de nota, que “a Lava Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações formuladas contra o ex-presidente Lula. São, por isso, sem exceção, acusações frívolas, típicas do lawfare. Na falta de provas, usa-se da ‘convicção’ e de ‘achismos’”.

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