Diversão e Lazer – 01/11

‘Borogodó’ em Caxias

Cantora Thais Macedo leva o show da turnê "Borogodó" ao Teatro Sesi Caxias, no dia 5

Cantora Thais Macedo leva o show da turnê “Borogodó” ao Teatro Sesi Caxias, no dia 5

Um dos grandes talentos da nova geração do samba, a cantora Thais Macedo se apresenta pela primeira vez em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela leva o show Borogodó ao Teatro Sesi Caxias, no dia 5 de novembro. No palco, Thais canta alguns de seus principais sucessos e recebe Juliana Diniz como convidada especial. O espetáculo é inspirado no EP Borogodó, lançado em 2015, pelo qual, críticos lhe deram o título de revelação do samba pop.
A temporada inclui nove shows até o fim do ano no Estado do Rio. Depois do lançamento em agosto, na Casa de Cultura Paraty, a turnê já passou pelo Teatro Sesi de Macaé, Imperator (Méier), Solar do Jambeiro (Niterói), a Casa de Cultura Adolpho Bloch (Teresópolis), a Lona Cultural Gilberto Gil (Realengo) e agora finalmente chega à Baixada. Thais Macedo ainda vai se apresentar este ano em Campos e Rio das Ostras.
Nascida em Macaé, a cantora passeia pelo samba pop com a segurança de uma veterana. No repertório do show, destaque para a faixa título do EP, Borogodó (Dênio Braga e Orlando Emmerich, A seu critério (Pretinho da Serrinha, Leandro Fab e Gabriel Moura), Meu nêgo(parceria do produtor Wilson Prateado com Luiz Cláudio Picolé) e Se é pra fazer, faz direito (Marcelinho Moreira, Fred Camacho e Cassiano Andrade). A formação do show no Teatro Sesi Caxias conta bom bateria, piano, baixo e violão acompanhando a voz de Thais.
Desde sua estreia profissional, a cantora já se apresentou ao lado de nomes consagrados do samba, como Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Dudu Nobre e Xande de Pilares. Também fez uma apresentação em Nova York, com Zeca Pagodinho. Em 2010, lançou seu primeiro CD, “Dengo que a nega tem”. No ano passado, foi a vez de “Borogodó”, pelo qual críticos lhe deram o título de revelação do samba pop.

 

 

Comida de Bamba

O talentoso Grupo Só Damas, vai se apresentar no dia 4

O talentoso Grupo Só Damas, vai se apresentar no dia 4

Se você acha que o samba se resume ao ritmo musical, está redondamente enganado. O samba é um estilo de vida que reúne música, moda, dança, arte, poesia e comida, sim, comida. Toda roda de samba que se preze, tem uma cerveja bem gelada acompanhada de petiscos de comer rezando. Para enaltecer esses verdadeiros manjares, o Festival Gastronômico Comida de Bamba reunirá os melhores quituteiros das escolas de samba cariocas, preparando os pratos que atraem multidões aos barracões das agremiações – as ações serão realizadas de novembro deste ano a abril de 2017, culminando em uma exposição com os melhores pratos apresentados no festival. O mês e o ano de início do Comida de Bamba, não poderiam ser mais propícios: o Centenário do Samba e o Mês da Consciência Negra. O evento é gratuito e não conta com patrocínio algum, por isso durante ele serão vendidos copos de acrílico azuis – uma alusão à conscientização ao câncer de próstata, e uma maneira de ajudar a custear o festival, cada copo custará R$ 5.
Selma Candeia, da Portela, e Romana Maria, do Império Serrano, são apenas alguns dos que já confirmaram presença na primeira das seis edições do ‘Comida de Bamba’, que acontecerá  mensalmente. Ao todo, mais de 30 expositores apresentarão suas criações que vão da culinária ao artesanato afro, Avenida Rodrigues Alves 335, Boulevard Olímpico, no Centro do Rio, nos dias 4 e 5 de novembro, das 11h às 20h, e das 11h às 18h, respectivamente.
Além da gastronomia, o evento ainda reunirá uma feira de afroempreendedores e uma campanha de conscientização em função do ‘Novembro Azul’, com distribuição de laços de fitas azuis e material informativo sobre o câncer de próstata –  o ‘Novembro Azul’ – uma vez que homens negros sofrem mais com câncer de próstata do que os brancos. Na sexta-feira, o evento será comandado pelo grupo Só Damas que trará o repertório dos grandes sambistas que fizeram história neste centenário, como Donga, Cartola, Noca da Portela, Dona Ivone Lara, dentre outros. No sábado o DJ Alan transformará o Boulevard Olímpico em um grande baile charme.
Além da gastronomia, o Comida de Bamba tem como compromisso promover os segmentos culturais, indígenas, povos tradicionais de matriz africana e os afroempreendedores cariocas. “A primeira edição é difícil, estamos nos organizando com vários apoios, mas sem patrocínio algum, motivados apenas pela democratização e reconhecimento dos grandes quituteiros do samba”, afirma Mara Ribeiro, idealizadora da ação. “O projeto começou pequeno e foi crescendo à medida que fomos planejando e chamando parceiros para ajudar. Para as próximas edições, esperamos crescer e consolidar ainda mais”, afirma ela, que justifica a data: “A agenda dialoga com o previsto pela Década dos Afrodescendentes, que tem como finalidade a integrarão da sociedade carioca com as diversas manifestações culturais da população negra, bem como as diversas culturas.”
Antigamente, era das ‘tias’ baianas a responsabilidade de cozinhar nas escolas de samba, e elas tiveram um papel preponderante no cenário de surgimento do samba no Rio de Janeiro, no final do século 19 e início do 20. Além de transmissoras da cultura popular trazida da Bahia, eram elas as sacerdotisas de cultos e ritos de tradição africana. A mais famosa de todas foi Tia Ciata, foi em sua casa que nasceu o samba, um gênero tão brasileiro, teve sua oficialização há 100 anos. Em novembro de 1916, Ernesto dos Santos, o Donga, registrou o samba ‘Pelo Telefone’, e entrou para a história. Polêmicas à parte – dizem que a música era uma criação coletiva, feita na casa da Tia Ciata – o episódio foi muito importante para o processo de profissionalização dos compositores do gênero.

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