Lula e Dilma preferem funeral de Fidel em Cuba

O casal de ex-presidentes agitaram bandeiras de Cuba ao lado do ditador Raúl Castro, enquanto os brasileiros choravam os mortos do avião da Chapecoense Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O casal de ex-presidentes agitaram bandeiras de Cuba ao lado do ditador Raúl Castro, enquanto os brasileiros choravam os mortos do avião da Chapecoense
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Os ex-presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), ignoraram a tragédia que vitimou todo o time e comissão técnica do Chapecoense, na semana passada, assim como as cerimônias de chegada dos corpos e de sepultamento. O casal preferiu estar presente ao funeral do ex-ditador cubano Fidel Castro.
Lula e Dilma foram a Santiago de Cuba para participar do evento que marcou a chegada das cinzas do ex-ditador no cemitério Santa Ifigênia. A urna de cedro coberta com uma bandeira de Cuba saiu de Havana quarta-feira (30) e percorreu quase mil quilômetros até chegar ao destino.
O cemitério, considerado o “berço da revolução”, ficou fechado, não sendo permitida a aproximação da população nem o registro de imagens até a chegada das autoridades e seus convidados.
O trajeto das cinzas pela ilha incluiu os municípios de Matanzas, Cienfuegos e Sancti Spiritus, por exemplo, que foram visitados por Fidel e seu exército rebelde em janeiro de 1959, enquanto iam para Havana na famosa “Caravana da Liberdade”. O percurso foi feito pelo então ditador depois de ter ganho a guerra contra Fulgencio Batista. O cortejo da urna de Fidel refez, após 57 anos, os passos dessa caravana.

Ex-presidente ataca ‘Lava-Jato’
e esquece ‘Janus’ e ‘Zelotes’

Fontes ligadas às investigações observam que o ex-presidente Lula insiste em atacar a Lava Jato, mas deveria se preocupar mais com a rebordosa de outras duas outras operações – Janus e Zelotes – que não são do juiz Sérgio Moro, mas o apavora muito. A Operação Janus investiga Lula e pessoas ligadas a ele em contratos da Odebrecht na África. Já a Zelotes cuida da corrupção no Carf e a compra e venda de medidas provisórias, com a participação do filho dele, Luiz Cláudio.
“Essas duas operações complicam muito mais o Lula”, admitiu um investigador da força-tarefa da Lava Jato.
Procuradores afirmam ter elementos sobre a participação de Lula tentando neutralizar, no Carf, multas aplicadas em grandes empresas.
O juiz da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, 51, o responsável pela Zelotes, é temido por ser técnico e preparado. Não por acaso, políticos enrolados tentam desqualificar o juiz Vallisney. Mas o magistrado tem sido implacável no combate à corrupção. (As informações são do Diário do Poder e da Coluna Cláudio Humberto, no mesmo site).
Planalto e base pensam desacelerar
projeto sobre abuso de autoridade

Após manifestações País afora, no domingo (4), as quais tiveram como foco a atuação dos parlamentares para inibir investigações da Operação Lava Jato e ações de juízes e promotores, o Palácio do Planalto e líderes partidários do Senado avaliam que o projeto da Lei de Abuso de Autoridade deverá ser desacelerado. A matéria poderá sair da pauta de votação do plenário do Senado nesta terça-feira (6).
Esse calendário de apreciação do projeto havia sido anunciado há três semanas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), principal alvo dos protestos. Segundo líderes da base e interlocutores do Planalto, a tendência é de que a pressão pública retire a proposta de lei de abuso de autoridade da lista de prioridades de votação.
Oficialmente, o discurso do governo é não se envolver em assuntos do Legislativo, embora haja uma expectativa de que o projeto não avance a ponto de chegar à mesa do presidente Michel Temer para decidir se veta ou sanciona as medidas. O Executivo defende foco total na agenda do Senado para a votação do segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto de Gastos, que deve ser apreciada em segundo turno no dia 13.
O Planalto considerou que as manifestações não vão prejudicar as reformas. Avaliou também que Renan – mesmo sendo alvo dos protestos – está comprometido com a agenda de recuperação econômica. Temer foi preservado das críticas da rua, mas o Planalto, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de domingo, receia ser tragado pela onda de protestos.
O Planalto divulgou nota em que defendeu que os “Poderes da República estejam sempre atentos às reivindicações da população brasileira”. “A força e a vitalidade de nossa democracia foram demonstradas mais uma vez, neste domingo, nas manifestações ocorridas em diversas cidades do País”, declarou a Secretaria Especial de Comunicação.
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que é pessoalmente contra a votação do projeto. “A atualização de uma matéria de 1950 não pode ser prioridade agora”, afirmou.
>> Provocação – O líder do DEM na Casa, senador Ronaldo Caiado (GO), disse que vai apresentar um requerimento de retirada de pauta da matéria. “Não podemos ter uma pauta provocativa nem podemos fazer uma queda de braço com a população”, afirmou, avaliando que é preciso preservar a governabilidade de Temer. Ele foi ao ato na Avenida Paulista, em São Paulo.
Outra liderança da base disse não acreditar na votação do projeto nesta terça. Uma das ideias seria remeter o projeto para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a fim de discuti-lo com integrantes do Judiciário e do Ministério Público.

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