Senador Romário diz que lugar de ladrão é na cadeia

Romário: “O futebol está desse jeito, por conta de pessoas que não estão interessadas em ajudar, só em dinheiro” Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Romário: “O futebol está desse jeito, por conta de pessoas que não estão interessadas em ajudar, só em dinheiro”
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Ontem, após o escândalo que terminou na prisão de José Maria Marín e mais seis executivos da Fifa na Suíça, o senador Romário (PSB-RJ) comemorou a detenção do opositor e desafeto declarado. Em audiência pública no Senado, ele parabenizou o FBI e pediu que o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, deixe o cargo.
“Muitos corruptos e ladrões foram presos na Suíça, inclusive um dos maiores: José Maria Marin. Quero parabenizar o FBI. Essa prisão é o início de um grande futuro para o futebol. Ladrão tem que ir para cadeia”, discursou.
“Espero que a investigação que repercuta definitivamente limpar o futebol desses corruptos, como Marco Polo Del Nero. A situação do futebol brasileiro é culpa dessas pessoas, que não estão nem um pouco interessadas em ajudar. Só pensam no dinheiro”, completou.
Del Nero, porém, não foi citado em nenhuma investigação até agora. Ele se pronunciou sobre o caso, defendendo José Maria Marín, seu aliado, e colocando a culpa nos contratos suspeitos da Copa do Mundo de 2014, que estão sendo investigados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em Ricardo Teixeira, ex-mandatário da CBF. “São contratos firmados antes da administração do Marín, não tem nada firmado após. Eu conheço esses contratos”, disse Del Nero.
CPI do Futebol a caminho no Senado

Renan Calheiros diz que se houver o número mínimo de assinaturas, a CPI será criada Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

Renan Calheiros diz que se houver o número mínimo de assinaturas, a CPI será criada
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros, comentou rapidamente ontem (27), a possibilidade de criação de uma CPI para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Pela manhã, a polícia da Suíça prendeu sete dirigentes ligados à Federação Internacional de Futebol (Fifa) por suspeitas de corrupção envolvendo a organização de competições e contratos de marketing e televisionamento. Entre eles, está o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Na sessão plenária, o senador Zezé Perrella (PDT-MG) anunciou coleta de assinaturas para a criação de uma CPI, avaliando que a gravidade da situação exige uma investigação pelo Senado.
Para Renan, não há por que não investigar o tema, que mobiliza a sociedade. “A comissão parlamentar de inquérito decorre da necessidade de se investigar algo. Se houver o número mínimo de assinaturas (27 senadores), vamos constituir a CPI. Esse é um assunto que mobiliza a sociedade, o país cobra respostas e se o caminho for o da CPI, temos que estimular”, disse Renan.
A criação de uma nova CPI para investigar o futebol já foi proposta em 2013, pelo então senador Mário Couto (PSDB-PA), e em 2014, pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Couto chegou a conseguir as assinaturas necessárias, mas parte dos senadores retirou o apoio, inviabilizando a investigação. A primeira CPI do Futebol funcionou em 2000 e 2001, sob a presidência do senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Senadores do governo e oposição
apoiam investigação

Senadores do governo e da oposição defendem a criação de uma CPI para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que no ano passado tentou sem sucesso criar uma CPI com o mesmo objetivo, disse que há 30 anos a confederação é dirigida por corruptos. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), afirmou que apoia a CPI, desde que o trabalho da comissão possa mudar a estrutura do futebol brasileiro. O senador Alvaro Dias, que presidiu a CPI do Futebol entre 2000 e 2001, disse que também participará de uma nova comissão, caso ela seja proposta.
Na tarde de ontem, o senador Romário (PSB-RJ) anunciou que já tinha mais de 40 assinaturas em apoio à criação da CPI da CBF, número muito superior ao mínimo de 27, necessários para formalizar o pedido de criação. Romário, que manifestou o desejo de ser o relator da comissão, afirmou que serão investigadas as gestões dos três últimos presidentes da entidade, incluindo a de Ricardo Teixeira.

error: Conteúdo protegido !!