Dicas de Português – 13/01

Diferenças entre o Português do Brasil e o de Portugal

 

Vocabulário: as diferenças devem-se principalmente à contribuição que nos deram as línguas indígenas e africanas. Além disso, muitas palavras de uso cotidiano em Portugal são desconhecidas ou raramente usadas no Brasil: ‘montra (vitrine), peúgas (meias de homem), retrete (latrina), esquentador (aquecedor).

Fonética: as diferenças são profundas. De modo geral, a pronúncia em Portugal é mais rápida e seca: Al’manha (Alemanha), esp’rança (esperança), p’reira (pereira). Outras distinções: o hábito, em Portugal, de alongar certas vogais, transformando-as em ditongo – senhoire (senhor), fazeire (fazer) – ou de pronunciar como ai, o ditongo ei – baijo (beijo).

Morfologia: as diferenças nesse caso são de:
– Formas verbais: como estou a fazer, ando a fazer (Portugal); estou fazendo (Brasil).
– Uso do sufixo -ito (a): rapazito, boquita (comum em Portugal).
– Conjugação em 2ª pessoa (tu e vós) – no Brasil restrita a algumas regiões que, em geral, empregam o tu conjugando o verbo na 3ª pessoa: tu vai, tu foi.

Sintaxe: há muitas diferenças na linguagem coloquial entre o Português do Brasil e o de Portugal:
– Preferência pela próclise do pronome no Brasil: me disseram, te confesso. Em Portugal, prefere-se a ênclise: disseram-me, confesso-te, além de usar normalmente a mesóclise: dir-me-ia – raríssima entre nós, usada somente literariamente.
– Uso de pronomes retos como objetos diretos: eu vi ele, esperei ela (comum no Brasil); eu o vi, esperei-o (em Portugal).
– Uso da preposição em no Brasil, no lugar de a (usada em Portugal): cheguei em Parati, fui no cinema (o no substitui ao).

Semântica: nem sempre as palavras portuguesas têm aqui o mesmo significado. Às vezes ganham um sentido diferente, em outras mantêm o sentido abandonado em Portugal: moço = jovem (no Brasil) e empregado (em Portugal); comboio = série de carros (no Brasil), trem (Portugal).

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