
Fotos: Everton Barsan
Com cartolina, canetinha, cola e glítter, os pacientes do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ) mostram habilidades nas oficinas de Carnaval e criam as próprias máscaras, com o auxílio dos profissionais de Saúde. A atividade estimula a interação e incentiva a criatividade de maneira lúdica e divertida. Os idosos inscritos no Programa de Atendimento Ambulatorial à Terceira Idade (Pater) também participam da confecção. A oficina, além do significado terapêutico, provoca estímulos essenciais ao desenvolvimento desses pacientes.
“Após avaliarmos a necessidade do paciente, identificamos a melhor maneira de exercer a atividade ao longo das oficinas promovidas pelo CPRJ, em acordo com o tratamento e estimulando a criatividade e a socialização destes usuários”, explicou a terapeuta ocupacional Maria Cristina de Freitas Barreto.
Os usuários do CPRJ também aprovam a experiência de trabalhar nas oficinas.
“Sempre venho para as oficinas e faço várias coisas: pinto quadros, bordo e faço esculturas e crochê. Agora, estou criando minha máscara de Carnaval”, contou a paciente Mirian Bravo Jailil, de 52 anos de idade.
Todo o material confeccionado é exposto em um bazar mensal na unidade.
A satisfação dos pacientes ao longo das atividades, em um ambiente propício, constrói um novo olhar sobre a forma de abordagem do tratamento psiquiátrico.
“A gente não foca na limitação do paciente, mas na potencialidade de cada um deles. Dar atenção sob a ótica médica e realçar o atendimento humanizado faz com que eles se sintam tratados com mais igualdade”, explicou o coordenador da oficina de teatro do Hospital Dia do CPRJ, Marcondes Mesqueu.
Desde 2005, o Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro dispõe de serviços voltados ao público da terceira idade que possui transtornos mentais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida física e mental.
Cerca de 300 pacientes estão inscritos no programa e contam com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Fisioterapia, reeducação corporal e terapia ocupacional são atividades oferecidas para pacientes habilitados.
A unidade tem como objetivo coordenar a assistência necessária ao processo de ressocialização de pacientes com transtornos mentais e é composto por emergência 24 horas, enfermaria, ambulatório e Hospital-Dia (voltado para pacientes que não ficam internados), totalizando 3,6 mil atendimentos por mês.