Vapt-Vupt: Alerj aprova privatização da Cedae

Servidores da companhia fazem protesto pacífico contra venda da estatal: ninguém foi ouvido

O projeto de lei 2.345/17, que autoriza o uso das ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) para viabilizar um empréstimo de R$ 3,5 bilhões da União, foi aprovada em votação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Foram 41 votos a favor e 28 contra. Para a aprovação, era necessária a maioria simples dos 70 deputados.
Inicialmente, a previsão era de que os debates sobre o projeto tomariam toda a semana, mas as 211 emendas apresentadas pelos parlamentares foram rejeitadas pelos deputados da base do governo em uma reunião antes do plenário, e a proposta inicial acabou sendo aprovada ontem numa votação relâmpago.
>> Pressão pré-votação – Mais cedo, o deputado Carlos Osorio (PSDB) havia afirmado que a bancada do partido votaria contra a privatização. “Na reunião dos líderes, o governo não mandou nenhum representante para defender o seu projeto e a liderança do governo simplesmente descartou as 211 emendas propostas. A nossa bancada, desta maneira, vai votar ‘não'”, avisou Osorio.
O deputado Luiz Martins (PDT) também firmou posição da bancada contra a privatização. “Há 19 anos nós somos contra a privatização da Cedae. O governo falou que rejeitaria todas as 211 emendas apresentadas. Vamos mostrar que pelo menos a gente pensa no espírito do servidor. Queremos preservar o servidor.”

O deputado Dr. Deodalto (DEM), de Belford Roxo, não apareceu na assembleia para votar

O deputado Wanderson Nogueira (PSOL) foi outro a reforçar posicionamento do partido contra a privatização. “Não há garantia de que isso vá resolver sequer 10% do problema. O governo rejeita todas as emendas e quer passar o projeto da forma que bem entende”, criticou.
>> Debate – Segundo o Governo do Estado, a medida é o ponto central do Plano de Recuperação Fiscal do Estado, acordo firmado no mês passado entre o Executivo estadual e a União, que prevê a suspensão do pagamento da dívida do Rio com o Governo Federal. Essas e outras medidas vão representar, segundo o executivo, um alívio de R$ 62 bilhões aos cofres do Estado em três anos.
Na semana passada, o projeto foi discutido em plenário até a meia-noite da quinta-feira (9), quando recebeu pareceres favoráveis das seis comissões responsáveis pela análise: Constituição e Justiça, Economia, Orçamento, Saneamento Ambiental, Assuntos Municipais e Trabalho.
Presidente da comissão de Orçamento, o deputado Paulo Melo (PMDB) defendeu a urgência da matéria. “Este patrimônio do estado é o único que tem capacidade de permitir que tenhamos fôlego para sair desta crise”, destacou.

Veja como votaram os deputados na sessão

>> A favor: Ana Paula Rechuan (PMDB); André Ceciliano (PT); André Corrêa (DEM);
Aramis Brito (PHS); Átila Nunes (PMDB); Benedito Alves (PRB); Carlos Macedo (PRB); Chiquinho da Mangueira (PTN); Conte Bittencourt (PPS); Coronel Jairo (PMDB); Daniele Guerreiro (PMDB); Dica (PTN); Dionísio Lins (PP); Doutor Gotardo (PSL); Edson Albertassi (PMDB); Fábio Silva (PMDB); Fatinha (Solidariedade); Marco Figueiredo (PROS); Filipe Soares (DEM); Geraldo Pudim (PMDB); Gil Vianna (PSB); Gustavo Tutuca (PMDB); Iranildo Campos (PSD); Jânio Mendes (PDT); João Peixoto (PSDC); Jorge Picciani (PMDB); Marcelo Simão (PMDB); Marcia Jeovani (DEM); Marcos Abraão (PT do B); Marcos Muller (PHS); Marcus Vinicius (PTB); Milton Rangel (DEM); Nivaldo Mulin (PR); Paulo Melo (PMDB); Pedro Augusto (PMDB); Rafael Picciani (PMDB); Renato Cozzolino (PR); Rosenverg Reis (PMDB); Tia Ju (PRB); Zé Luiz Anchite (PP) e Zito (PP).
>> Os que foram contra: Bebeto (PDT); Bruno Dauaire (PR); Carlos Minc (sem partido); Carlos Osório (PSDB); Cidinha Campos (PDT); Doutor Julianelli (Rede);
Eliomar Coelho (PSOL); Enfermeira Rejane (PC do B); Flávio Bolsonaro (PSC);
Flávio Serefini (PSOL); Geraldo Moreira da Silva (PTN); Gilberto Palmares (PT);
Jorge Felippe Neto (DEM); Lucinha (PSDB); Luiz Martins (PDT); Luiz Paulo (PSDB);
Marcelo Freixo (PSOL); Márcio Pacheco (PSC); Martha Rocha (PDT); Paulo Ramos (PSOL); Samuel Malafaia (DEM); Silas Bento (PSDB); Tio Carlos (SDD); Wagner Montes (PRB); Waldeck Carneiro (PT); Wanderson Nogueira (PSOL); Zaqueu Teixeira (PDT); Zeidan (PT).

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