Madureira e Oswaldo Cruz em festa: Portela Campeã do Carnaval 2017

A escola de Oswaldo Cruz e Madureira ficou à frente da Mocidade por um décimo e se sagrou campeã do Carnaval
Fotos: Fernando Grilli / RioTur

O jejum de 33 anos da Azul e Branco terminou ontem. A Portela é a grande campeã do Carnaval 2017. A escola de Oswaldo Cruz e Madureira ficou à frente da Mocidade, Salgueiro, Mangueira, Grande Rio e Beija-Flor (respectivamente), em uma apuração acirrada.  A Mocidade tem cinco títulos e a Portela 21. “Todas as escolas precisam da vitória da Portela. São muito melhores com a Portela forte. Mais importante do que a vitória da Portela é levantar a bandeira do samba”, afirmou o presidente da agremiação. A escola venceu a disputa por apenas um décimo.
O enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar”, do carnavalesco Paulo Barros, foi inspirado na canção “Foi um rio que passou em minha vida”, de Paulinho da Viola e recebeu nota 10. A Portela mostrou na Avenida os rios de água doce do mundo e como vivem as populações ribeirinhas. A escola de Oswaldo Cruz e Madureira entrou com 31 alas e seis carros. Em 2016, a Portela terminou o Carnaval na terceira colocação.
A Portela emocionou a Avenida com um protesto contra a tragédia que abalou a cidade de Mariana e o distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, em 2016. A escola reservou uma ala para a manifestação. Desde de 2003 sem voltar para o desfile das campeãs, a Mocidade comemorou cada nota na apuração do Grupo Especial nesta quarta-feira. A Mocidade entrou na Sapucaí cantando o enredo “As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh”, que promovia um encontro entre Marrocos e o Brasil. A agremiação de Padre Miguel voltou a fazer uma apresentação de destaque, depois de anos em que flertou com o rebaixamento para a Série A.

Após a apuração, a quadra da escola ficou lotada e a festa varou a madrugada
Fotos: Daniel Castelo Branco / O DIA

Baluarte da Velha Guarda da Portela, Tia Surica comemorou com muitas lágrimas de alegria o fim do jejum de títulos da Azul e Branco de Madureira.
Para ela, inclusive, esse jejum era maior que o oficial, de 33 anos. “Eu tô em jejum desde 1970!”, disse ela, referindo-se à última ocasião em que a escola venceu o campeonato sozinha, em 1970.
Entre o choro e o riso, Tia Surica explicou de forma resumida como pretende comemorar o título do Grupo Especial. “Eu tô chorando de alegria! E vou tomar todas!”, garantiu.
Surica também destacou que a próxima feijoada na quadra da escola, marcada para o dia 11, terá um sabor especial. “Aí é que a gente vai dobrar a [quantidade de] feijoada, porque vai ser a da vitória. Deus também é portelense”, afirmou.
Minutos depois do resultado na Sapucaí, a quadra da Portela ficou lotada e torcedores cantavam: “O campeão voltou!”.
Nenhuma escola de samba foi rebaixada
Nenhuma escola do Grupo Especial foi rebaixada para a Série A no carnaval desse ano no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) após uma reunião de emergência na tarde de ontem.
O que teria motivado a decisão foram os acidentes envolvendo os carros da Paraíso do Tuiuti e da Unidos da Tijuca, que deixaram pelo menos 35 pessoas feridas nos desfiles do Grupo Especial entre a noite de domingo (26) e a madrugada de terça-feira (28) de carnaval.
“Acho que foi a decisão mais sensata. Como você vai julgar uma escola em vários quesitos assim? Primeiro vem a vida”, enfatizou Leandro Machado, diretor de carnaval da Paraíso do Tuiuti.
Foi um consenso. Entendo que é justo pelo que o carnaval do Rio representa. Acho que as escolas tiveram um entendimento de que não ocorreria uma penalização”, afirmou Ricardo Abrãao, presidente da Beija-Flor.
A decisão teria ocorrido em consenso com todos os presidentes das agremiações. Em função disso, no carnaval de 2018 o Grupo Especial terá 13 escolas desfilando, das quais duas serão rebaixadas para a Série A do carnaval. Uma escola da Série A sobe para o Grupo Especial este ano.
O presidente da Mocidade disse que a escola acatou, mas que o presidente é contrário a decisão. “A minha opinião é contra. Eu fiz um carnaval para brigar. Com essa decisão, lógico que não queria que isso acontecesse. Mas acho injusto”, criticou Waldyr Trindade.

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