Advogada Ana Azevedo morre aos 52 anos

Dra Ana Azevedo passou por ‘via crucis’ para conseguir internação

Morreu na última sexta-feira (24) a advogada Ana Lúcia Ferreira de Azevedo, presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB Nova Iguaçu/Mesquita. Dra Ana Azevedo tinha 52 anos e recentemente descobriu que estava com uma doença grave e em estado avançado. Ela passou por uma verdadeira ‘via crucis’ para conseguir uma internação em um hospital da Unimed localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Dra. Ana Azevedo, era associada do plano de saúde da CAARJ (Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro), porém através de uma negociação comercial, desde 2008, a Unimed assumiu a carteira de clientes da CAARJ, com a condição de manter as mesmas condições e direitos aos associados. No início do ano, a advogada foi diagnosticada com um câncer no intestino em estágio avançado e, de imediato, buscou atendimento médico.
No dia 1º de março, o médico que atendeu a advogada emitiu laudo classificando o caso da paciente como urgente, necessitando de intervenção cirúrgica o mais rápido possível e que ela deveria ser operada no Hospital Unimed Barra e caso ela se sentisse mal, deveria procurar a emergência da unidade. Foi o que aconteceu. Ela se sentiu muito mal e procurou o hospital citado. Porém teve o atendimento negado devido a alegação que a categoria do seu plano não daria direito ao atendimento na unidade. O laudo médico que determinava que fosse naquela unidade o atendimento, devido a gravidade do caso e o fato do local possuir recursos necessários para tal caso, foi ignorado.
Inconformados com a negativa no atendimento, os advogados e amigos da paciente, Dra. Erica Brigida, com auxilio dos Drs. Orides Júnior e Andrey Braga, procuraram o plantão judiciário, em posse do laudo médico, e conseguiram uma liminar de tutela para que o atendimento e a internação fossem realizados de forma imediata. Para surpresa de todos, mesmo com a liminar, a direção do hospital se recusou a cumprir a decisão judicial. Foi quando se fez necessário o acionamento da força policial (Polícia Militar) e somente desta forma, foi possível que a lei prevalecesse.
Todo o transtorno e constrangimento durou cerca de 24 horas, com o agravante de permitirem que uma paciente em estado grave permanecesse acomodada sentada, durante todo esse tempo. Apesar de toda a luta por seus direitos e pela vida, Dra Ana Azevedo não à doença e morreu.
Através de sua página no Facebook, a OAB Nova Iguaçu/Mesquita lamentou a morte da advogada. Colegas de Ana Lúcia utilizaram palavras como “guerreira” e “lutadora” para descrevê-la.

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