Fim de convênio deixa pacientes sem fisioterapia em Nova Iguaçu

Os manifestantes cobraram da prefeitura uma solução para que possam retomar o tratamento pelo SUS
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Cerca de 40 pessoas protestaram, ontem, em frente à Prefeitura de Nova Iguaçu, contra a interrupção do atendimento na Clínica Médica Cupello. Com faixas e cartazes, os pacientes demonstraram indignação com a notícia de que a clínica particular conveniada ao SUS não os receberia mais. Eles reivindicaram uma solução para que continuem o tratamento em outra unidade.
Segundo os manifestantes, a prefeitura não repassou a verba do SUS destinada ao convênio, e os atendimentos já agendados na Cupello foram cancelados. Os pacientes afirmam que foram pegos de surpresa, pois sequer teriam sido comunicados com antecedência que o tratamento na unidade seria interrompido.
O aposentado José Carlos Costa Soares, 69 anos, faz fisioterapia na Cupello há pelo menos dois anos. Ele conta que ao chegar à clínica para mais uma sessão, foi informado de que não poderia realizá-la, pois a prefeitura não estaria repassando a verba do SUS.
Há 15 anos utilizando o serviço da Cupello o cadeirante Rogério da Silva Costa teme perder o benefício do INSS. “Sem ir à fisioterapia, não tenho como fazer os exames para comprovar que estou doente, e sem laudo como vou continuar recebendo meu pagamento?”, questiona o cadeirante, inconformado com a situação.

O cadeirante Rogério da Silva Costa teme perder o benefício do INSS
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Já o bombeiro hidráulico, Carlos Henrique Camargo, 60 anos, que estava afastado de sua função pelo INSS, conta que está passando por sérias dificuldades para se sustentar. “A perícia me dispensou porque eu não tinha laudo, já faz meses que não tenho direito o que comer dentro de casa, tenho um filho pequeno e estou recebendo ajuda de familiares para sobrevivermos”, lamenta.
Inconformada com a situação e com medo de perder por completo os movimentos das pernas a dona de casa Delorme Pereira Reis, 56 anos, precisa retomar o tratamento o quanto antes. “Eu utilizo o serviço há pelo menos 11 anos, e preciso da fisioterapia para minhas pernas não atrofiarem. Não tenho dinheiro para pagar a consulta que a clínica está me cobrando”.
Em nota a Prefeitura de Nova Iguaçu esclareceu que o contrato com a Clínica venceu na semana passada e que a Cupello não quis renová-lo. A Secretaria Municipal de Saúde garantiu que nenhum paciente será prejudicado e disse que todos estão sendo remanejados para continuarem o tratamento em outras clínicas conveniadas no município.
Colaboração: Élida Machado
Edição: Raphael Bittencourt

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