Simpatia, uma virtude que embeleza a alma

*Carlos B. González Pecotche

O culto da graça, conjunto das virtudes e qualidades boas que o ser humano possua, é o que constitui a melhor fonte de simpatia, pois nada embeleza tanto a alma como os traços característicos da nobreza. Quem não possua, pode e deve criá-la, já que sempre a tempo de obtê-la pelo esforço, pela decisão e pela capacidade de estudo.
Na Criação existem duas forças que oscilam alternadamente numa luta constante: a de atração e a de repulsa. No ser humano, a simpatia atrai e é uma força ativa que atua como centro gerador do afeto, a fim de fazer possível a existência de um equilíbrio estável, não alterado pelas relações com o semelhante. A simpatia que um ser inspira a outro cobre a distância que o faria permanecer estranho a ele. A amizade nasce do afeto que a simpatia cria. Da amizade nasce a confiança mútua, e é esta a que cimenta e da vida aos grandes vínculos.
A simpatia é um dom, um atributo que pode ser adquirido.
Para que isso seja possível, necessariamente devem ser cumpridas as exigências que a simpatia impõe: possuir pensamentos benévolos e quantos propiciem as melhores qualidades.
Na vida de relação, é preciso buscar o entendimento de maneira simpática e afetiva. Nisso a mente há de desempenhar um papel muito importante, pois são os pensamentos os que deve ir ao encontro da afinidade ou cria-la, conciliando inteligentemente as diferenças que existam no pensar e no sentir.
A afabilidade, os bons modos, o trato agradável são disposições que promovem a consideração e a simpatia entre as pessoas. Já a intolerância, os maus modos, a linguagem áspera promovem o contrário. Onde quer que a pessoa se encontre, deve fazer com que sua presença seja grata a todos, ou pelo menos à maioria, e isso sempre se conseguirá por quem mais conheça a psicologia humana e tenha estudado a fundo suas reações e suas múltiplas variantes.
O errôneo conceito que geralmente existe a cerca das atenções que o semelhante nos deve prodigalizar, enquanto deixamos de tê-las para com ele, é causa das mil situações incômodas que teremos que sofrer, pois, sendo a simpatia a ponte de ouro que estendemos até seu coração e sua mente, devemos nos apressar para torna-las efetiva, a fim de que a simpatia e o afeto que buscamos nos possam ser oferecidos por meio dela. O ruim é quando fazemos isso mal, ou quando só construímos a metade da ponte, para que os outros façam a oura parte; assim é como se truncam com freqüência os melhores propósitos.
A simpatia é uma força que influi decididamente na vida humana; conforme seja o cultivo que dela se faça, serão os frutos a recolher para a realização dos esforços que tendem à perfeição.

*Autor da Logosofia – Carlos B. González Pecotche – Centro de Difusão e Informação de logosofia de Nova Iguaçu – CDIL NI

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