Mulher espancada após boato em Araruama

Espancada em uma rua de Araruama, na Região dos Lagos, depois que boatos circularam no WhatsApp acusando-a de sequestrar bebês, a jovem Pâmella Martins não quer mais voltar para casa. Na tarde desta quarta-feira, após as agressões, ela passou em sua residência escoltada por policiais apenas para buscar roupas. Dormiu com o marido, Luiz Carlos Ferreira, em um local afastado, e agora procura parentes que possam abrigá-la temporariamente.

Pâmela e um homem chamado Luiz Aurélio de Paula, com quem ela trabalha, foram agredidos por uma multidão enfurecida, movida por informações falsas que circulavam em grupos do aplicativo de mensagens. Um áudio identificava os dois como sequestradores de crianças, e fotos mostravam a placa do carro em que estavam. Na hora do almoço, moradores do bairro reconheceram o veículo e depredaram o automóvel, antes de avançar sobre a dupla. Eles só não foram linchados porque agentes da Guarda Municipal intervieram.

Segundo informações da 118°DP (Araruama), existe, de fato, um boato de que sequestradores de crianças estão atuando na região. A delegacia, no entanto, não tem registros de desaparecimentos de menores. Luiz teria ido falar com uma mulher, que achou que ele estava tentando roubar o filho dela e fez as imagens que foram compartilhadas.

De acordo com a prefeitura de Araruama, na hora da confusão, Luiz precisou se refugiar numa padaria na região onde foi abordado e Pâmella ficou escondida numa papelaria. A Polícia Civil foi chamada, mas não conseguiu conter os populares que queriam agredir a dupla e precisou pedir reforços da Polícia Militar, que levou o casal para a delegacia. A mulher que incendiou o carro foi presa em flagrante.

Em entrevista para jornalistas na delegacia, Luiz condenou os boatos que surgem através das redes sociais e as consequências que eles têm na vida das pessoas. Ele também agradeceu a atuação da polícia, que conseguiu retirá-lo do meio da confusão.

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