Governador desmente ex-presidente do TCE e nega recebimento de propina

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) negou ter conhecimento sobre qualquer repasse de propina a Cabral enquanto foi governador do estado. “Nunca. Comigo, nunca”, respondeu o governador, ao ser questionado pelo juiz Sergio Moro se Cabral já havia feito algum comentário sobre as propinas.
O governador confirmou que fez reuniões com integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), mas rechaçou a tese de que tenha discutido repasse de propinas oriundas do esquema de Sérgio Cabral e que envolvia conselheiros do tribunal presos na semana passada na Operação O Quinto do Ouro.
“Essa reunião foi para cobrar porque todos nós éramos cobrados tanto pela população, nos atrasos de obras e pela demora na liberação de recursos que vinham de Brasília e que submetíamos ao TCE. O motivo da reunião foi esse”, disse Pezão, acrescentando que vai processar quem o acusou de ser beneficiário de propinas em torno de R$ 900 mil para pagamento de despesas pessoais. “Vou processar quem falou, mas não tive acesso (à delação), a quem falou que eu recebi”.
Em delação premiada, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Jonas Lopes de Carvalho afirmou que Pezão realizou uma reunião em sua casa, na Zona Sul do Rio, para discutir a partilha de propinas entre os conselheiros do tribunal, quando era vice-governador de Sérgio Cabral (PMDB), em 2013.
Ainda segundo Jonas Lopes, já como governador do estado, Pezão tinha conhecimento de pelo menos três esquemas de propina envolvendo os conselheiros do TCE e que em 2015 uma nova reunião para discutir propinas foi realizada no Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio.

No encontro, conforme registrado na delação do ex-presidente do TCE, Pezão teria sido informado de que o contato no Executivo seria Affonso Henriques Monnerat, secretário de governo do Palácio Guanabara. Também foi apontado como integrante do esquema o subsecretário de Comunicação do governo, Marcelo Santos Amorim, que é casado com uma sobrinha do governador e foi conduzido pela Polícia Federal na última quarta-feira (29) durante a deflagração da Operação O Quinto do Ouro, que prendeu cinco dos sete conselheiros do TCE.

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