Empresa de ônibus nega transporte a alunos em Japeri

Pais e alunos fizeram protesto contra a empresa Fazeni e fecharam a Estrada Ary Schiavo com galhos de árvores
Reprodução/Facebook

“Meu filho perdeu a semana inteira de aula e não sabe quando vai poder voltar a estudar”. O relato é da dona de casa Adriana Vieira da Rocha, mãe de Lucas Rocha de Almeida, 16 anos, aluno da E. M. Bernardino de Melo, no distrito de Engenheiro Pedreira, em Japeri. O problema não está na qualidade da educação ou nas refeições oferecidas na unidade, mas sim na dificuldade para ir e vir da escola.
Lucas mora com os pais e um irmão, Rafael, de cinco anos, no bairro Santa Amélia. Para ir à escola, ele pegar a linha Queimados – Engenheiro Pedreira (via Santa Amélia), da viação Fazeni. No entanto, desde o início desta semana, motoristas da empresa se recusam a transportar gratuitamente alunos das escolas públicas de Japeri.
Segundo Adriana, os motoristas alegam que a proibição é uma determinação da empresa e que nada podem fazer. Ela afirma, ainda, que o imbróglio não é novidade. “Em setembro do ano passado aconteceu o mesmo problema e os alunos foram impedidos de embarcar nos ônibus da Fazeni. Só foi resolvido em outubro e meu filho perdeu um mês de aula”, conta a mulher de 37 anos, que não tem como arcar com o custo da passagem.
“Estou desempregada e não tenho condições de pagar oito reais por dia para meu filho ir e voltar da escola. Além disso, meu filho mais novo faz tratamento no Rio e estou grávida de sete meses. Não sobra dinheiro para o ônibus”, lamenta.

Pais e alunos fazem protesto

O drama de Adriana e seu filho Lucas é o mesmo de centenas de famílias japerienses. Em virtude disso, pais e alunos protestaram contra a empresa Fazeni. Na quarta-feira, um grupo utilizou galhos de uma árvore para fechar parcialmente a Estrada Ary Schiavo, no trecho que liga Engenheiro Pedreira a Japeri.
Imagens da manifestação se espalharam pelas redes sociais e muitos internautas relataram problemas com a viação. Uma mulher afirmou que foi impedida de entrar com o filho de cinco anos em um ônibus da Fazeni. “Eu ia pagar a passagem e o motorista não deixou eu entrar com meu filho porque ele estava uniformizado. Falou que não podia deixar eu entrar, que crianças do município não podem mais entrar no ônibus”, relatou.

Prefeitura promete solução

A recente proibição da entrada de alunos da rede municipal nos coletivos da viação Fazeni pode ser uma retaliação ao governo. Pelo menos esta é uma das explicações apontadas pelo prefeito de Japeri, Carlos Moraes. Segundo nota emitida pela prefeitura, a motivação poderia ser o fato de o governo municipal não ter permitido o aumento da tarifa, de R$ 4 para R$ 4,10, reivindicado pela empresa. “O governo vai colocar dois Ônibus Escolares para atender à demanda do bairro prejudicado”, diz um trecho da nota.
Por Raphael Bittencourt (raphael.bittencourt@jornalhoje.inf.br)

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