Trump chama Assad de animal, mas garante não invadir a Síria

 

Em meio às incertezas sobre a posição do governo americano em relação à Síria, o presidente Donald Trump afirmou que tinha que agir contra o ataque químico — atribuído ao regime sírio —, mas garantiu que os Estados Unidos não vão entrar no país. Em uma entrevista à rede Fox, transmitida nesta quarta-feira, o republicano chamou o ditador sírio Bashar al-Assad de “animal”.

“Quando eu vi aquilo (ataque químico), eu disse temos que fazer alguma coisa”, afirmou Trump, parecendo descartar um envolvimento mais profundo na Síria: — Vamos nos envolver com a Síria? Não.

O bombardeio americano contra uma base aérea síria — em retaliação ao que Washington e aliados dizem ter sido um ataque químico realizado pelas forças de Assad na província de Idlib — lançou dúvidas sobre a estratégia dos EUA, e se Trump assumiria um papel mais ativo na guerra.

Em relação aos laços de Moscou com Assad, o republicano alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, está apoiando alguém que é “verdadeiramente uma pessoa má”, o que é “muito ruim para a Rússia, para a Humanidade e para o mundo”.

Em tom desafiador, Trump também abordou a escalada de tensões com a Coreia do Norte, após o envio de navios de guerra à península coreana.

“Enviamos forças poderosas. Temos submarinos muito poderosos, mais que as forças aéreas. E temos os melhores militares da Terra”, disse ele, advertindo que o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, está seguindo o caminho errado.

As declarações de Trump sobre a Rússia vêm num momento de fortes tensões entre as duas potências. Nesta quarta-feira, o presidente Vladimir Putin afirmou que as relações entre os países se deterioraram desde a chegada de Trump à Casa Branca, em janeiro.

“Pode-se dizer que o grau de confiança em nossas relações, especialmente na área militar, não melhorou, mas, pelo contrário, deteriorou-se”. afirmou Putin ao canal de notícias russa Mir 24.

Questionado sobre as acusações de que o governo da Síria seria responsável pelo ataque com armas químicas na província de Idlib — que deixou mais de 80 mortos —, Putin respondeu que Damasco já tinha entregado seu estoque de armas químicas.

Ele disse ainda acreditar em duas principais explicações para o incidente na província de Idlib: que os ataques aéreos do governo da Síria atingiram um depósito de armas químicas de rebeldes, liberando o gás venenoso, ou que o incidente foi planejado para desacreditar o governo sírio.

Os Estados Unidos, por sua vez, culparam o regime sírio pelo ataque. Segundo funcionários do governo americano, que falaram sob condição de anonimato, o país investiga se houve cooperação da Rússia na ação.

EUA não tem dúvida de que Síria é responsável por ataque químico

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