Reforma da Previdência – a necessidade e a transição que pregamos

*Nelson Marquezelli

Em meus sete mandatos eletivos e consecutivos para a Câmara dos Deputados tive a oportunidade de participar de momentos dramáticos da história política do país, como os dois impeachments, a primeira reforma da previdência, cujo relatoria foi do atual Presidente da República, Michel Temer, além da revisão constitucional.
Com quase uma centena de parlamentares em processo de investigação perante a Suprema Corte temos um quadro político muito difícil e instável. Mas precisamos de uma solução negociada com a sociedade organizada.
A previdência social mexe com a vida dos brasileiros, com atuação direta de fortes corporações laborais e números que demonstram a imperiosa necessidade de encontrarmos uma solução para consigamos equilibrar os direitos dos que se aposentam e a fonte de recursos necessários para o pagamento dos benefícios atuais e futuros dos aposentados.
Recordo-me, quando exercia a Presidência da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, que metade das decisões e debates que travamos no colegiado foi sobre a reforma previdenciária e os interesses laborais impediam qualquer avanço nesse tema.
Coube por bem ao presidente Temer mostrar ao Brasil que não existe mágica financeira para que o sistema previdenciário possa honrar com pagamento de aposentadorias atuais e futuras. A nossa realidade é que estamos, felizmente, temos aumento da expectativa de vida somado à redução da taxa de fecundidade da população brasileira que ocorre em razão da própria alteração da dinâmica social. A conta não fecha!
A proporção de quem contribuirá e quem poderá se aposentar já se avizinha um verdadeiro colapso financeiro para as próximas gerações. Infelizmente, a máquina estatal montada para administrar os recursos dos trabalhadores deixou muito a desejar e não consegue atender aos interesses dos mesmos. Cerca de 20% do que se arrecada escorre pelo ralo e a taxa de retorno do FGTS é o pior investimento do planeta.
Estou ciente da responsabilidade de meu voto na PEC 267 e terei o cuidado de avaliar todos os pontos da emenda constitucional. Serenidade, responsabilidade e transparência permearão as minhas decisões e como sempre o fiz em matéria fundamental para a sociedade brasileira.

*Nelson Marquezelli é deputado federal pelo PTB de São Paulo.

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