O prefeito Carlos Moraes recebeu a visita do Embaixador da Armênia, Ashot Galoyan
Divulgação/PMJ

O prefeito de Japeri, Carlos Moraes, enviou mensagem à Câmara Municipal decretando luto oficial simbólico na cidade pelos 102 anos do extermínio de pelo menos 1,5 milhão de armênios. A data será lembrada na próxima segunda-feira, dia 24 de abril.
Ontem, a Câmara de Vereadores também aprovou, num gesto humanitário, uma “Moção de Solidariedade ao Povo Armênio” que vivia em dezenas de cidades do Império Turco-Otomano. O massacre aconteceu no dia 24 abril de 1915, durante e após a Primeira Grande Guerra Mundial.
Famílias inteiras foram amarradas e jogadas vivas nos rios, com um de seus membros morto a tiros, levando todos os demais ao afogamento. O genocídio, considerado pelo Papa Francisco como o primeiro genocídio do século XX, já foi reconhecido também pela Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Venezuela, na América do Sul, além de inúmeros outros países.
A moção de solidariedade será entregue pessoalmente nesta segunda-feira, dia 24, ao embaixador da Armênia no Brasil, Ashot Galoyan. O diplomata será recepcionado, em Japeri, pelo prefeito Carlos Moraes, secretários municipais e vereadores com almoço de confraternização.
Autor da moção, o presidente da Câmara Municipal, vereador Wesley George de Oliveira, o Miga, disse que é dever do Poder Legislativo acompanhar os acontecimentos internos e externos, com influência ou não no município, “aproximando os sentimentos mundiais”.
Miga e Moraes entendem que o município de Japeri necessita estar sintonizado com os acontecimentos nacionais e internacionais, principalmente quanto às datas que simbolizam dados históricos de grande relevância, como foi o caso do “Holocausto Armênio”.
Moraes e Miga reconhecem também que o problema não é só mundial e que continuamente o município de Japeri deve buscar seu reconhecimento histórico e até mesmo pesquisar possíveis descendentes do povo armênio que, segundo estimativas, são mais de 100 mil residentes no Brasil.
“São brasileiros, cujos antepassados tiveram que sair de sua terra para escapar do genocídio. Em terras brasileiras, puderam recomeçar suas vidas, construir famílias e contribuir para formação econômica, social e cultural do nosso País”, lembrou o vereador Miga.
Para o presidente da Câmara, “a Moção de Solidariedade é o primeiro passo do município no sentido de promover este reconhecimento e diversas ações que visem à solidariedade e o sentimento humanitário do povo sincero e humilde de Japeri”.

Intercâmbio
No dia 6 de abril, o embaixador Galoyan visitou o município pela primeira vez. Recepcionado no gabinete de trabalho do prefeito Carlos Moraes, ele demonstrou interesse num futuro intercâmbio cultural, comercial, industrial, tecnológico e agrícola com Japeri.
“Viemos gerir negócios, mas também fazer amigos. Temos interesse em fomentar uma parceria que seja bem sucedida com o povo japeriense”, disse o diplomata, apostando nos benefícios da via expressa do Arco Metropolitano, as condições de logística da região e a proximidade com o Porto de Itaguaí.