A crise e sua origem (2)

*Carlos B. González Pecotche

Os erros costumam ser invisíveis para os que cometem, porque o mesmo estado de embriagues com que comumente cada um subestima sua pessoa, impede de vê-los. Ao dizer embriagues, quis significar o contrário de sensatez, porquanto, se o ser estivesse de verdade, em seu juízo, poderia julgar-se mais humanamente, advertindo que, ao não existir nele segurança no acerto, se expõe a errar. Como é natural, para poder julgar-se com equanimidade, ainda será necessário cultivar o sentido da precisão, ou seja, o que regula os movimentos do pensamento, da palavra e dos atos; com o qual, se poderá ver, por exemplo, que tudo que se faz, com precipitação, por impulso, por paixão, ou levado por um momento de desmedido entusiasmo, conduz sempre o erro, salvo, logicamente, contadas exceções.
Não deve passar inadvertido, a quem se propõe realizar um propósito, a imagem que, nesse momento, está exercendo atração sobre ele, qualquer que seja sua espécie, assim como a responsabilidade que lhe incumbi sobre seus atos, pensamentos e palavras, tendo muito em conta que, quando se materializam, sobrevêm, cedo ou tarde, as conseqüências favoráveis ou desfavoráveis. Eliminar-se-á, assim, jogar a culpa em uns e outros daquilo que cada um mesmo faz.
Tudo quanto venho dizendo deve trazer à reflexão de todos que o erro é humano; e sendo humano, humana há de ser também a tolerância. Ao ser humana a tolerância, é igualmente humano e razoável que os seres se ajudem mutuamente, se não para corrigir seus erros, pelo menos para evita-los, já que todo erro que se consegue evitar é um mal que se afasta do futuro.
A falta de seriedade na afirmação do que se diz é uns dos tantos erros que produzem confusão semeiam desconfiança e fazem com que os prejuízos não se façam esperar.
Tal insensatez, ao subverter a verdade, faz com que o homem pense que um embuste cada vez maior apagará o anterior. Mas não é assim: o tamanho maior destes não destruirá jamais os embustes cometidos anteriormente, os quais permanecerão na mesma situação. Temos a prova daquilo que aconteceu, a um personagem que já não existe, o qual disse uma vez que, para convencer a multidão eram necessárias grandes mentiras. Ao final, aconteceu que estas o apanharam, devendo terminar seus dias tomados pelo pânico provocado por suas próprias mentiras, pois havia desatado com elas uma força que o consumiu e exterminou. Isto explica como o homem pode desatar com seus embustes forças que, depois, se voltam com violência contra ele, justamente quando menos espera e quando mais teria desejado afastar de si o mal. O embuste é como uma bola cujo rebote é tão mais forte quanto maior é o impulso que recebe.
Destaque: “Todo erro que se consegue evitar é um mal que se afasta do futuro”.

*Autor da Logosofia – Carlos B. González Pecotche – Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – CDIL NI – End: Rua Paulo Fróes Machado, nº 58 Sala 502. Horário: terças e quintas-feiras, das 18h às 20h. Telefones: 2767-9713 e (21) 96456-0246.

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