Depoimento de Lula na Lava Jato é adiado

Sérgio Moro adiou depoimento a pedido da PF, que teme pela segurança nas cercanias do prédio da Justiça federal
Pedro de Oliveira / Alep

O juiz Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato em Curitiba, mudou a data do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que era previsto para o dia 3 de maio. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a mudança ocorre a pedido da Polícia Federal, e o depoimento deve ser transferido para o dia 10 de maio.
Como justificativa, a PF afirmou que precisaria de mais tempo para organizar a segurança no local, argumentando que o feriado do dia do Trabalho (1º de maio) tornaria a operação mais difícil. O PT e movimentos alinhados planejam uma forte mobilização para dar suporte ao ex-presidente no dia do depoimento, com caravanas partindo de diversos locais no Brasil.
Lula será ouvido no processo relacionado ao tríplex em Guarujá, litoral do estado de São Paulo. No caso, o ex-presidente sofre acusação de que teria recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS.

Defesa de Luiz Inácio diz que documentos apresentados por Léo Pinheiro à justiça não são verdadeiros
Andre Penner/AP

Em depoimento na semana passada a Moro, Léo Pinheiro, sócio da empreiteira disse que o apartamento era de Lula. Ele entregou à Justiça Federal do Paraná documentos para tentar comprovar as afirmações de que o ex-presidente teria sido beneficiado pela reforma do apartamento.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que os documentos não comprovam as afirmações feitas pelo empresário, que classificou como uma “versão negociada para agradar” aos procuradores e destravar seu acordo de delação. A defesa de Lula apresentou na última quarta documentos de recuperação judicial da OAS em que a empresa afirma ser a proprietária do tríplex do Condomínio Solaris.

PT conclui que querem retirar
Lula da eleição de 2018

Costa afirma que o ex-presidente é vítima de perseguição política
Agência PT

As principais lideranças petistas alinharam um discurso para defender a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2018 e alegar que Lula tem sido alvo de uma “estratégia estabelecida” para tentar retirá-lo da corrida eleitoral do ano que vem.
Fora dos microfones, essa foi a tônica que marcou o encontro realizado ontem (24), durante o seminário “Estratégia para a Economia Brasileira – Desenvolvimento, Soberania e Inclusão”, promovido pelas lideranças do PT na Câmara e no Senado e pela Fundação Perseu Abramo, em Brasília.
“Nós temos a plena consciência de que há uma estratégia estabelecida por aquelas forças que fizeram o impeachment, e seus aliados, a grande mídia e o Ministério Público, de criar um impedimento à candidatura de Lula”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), que é alvo de inquérito instalado no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo Costa, que foi líder do partido do Senado até fevereiro, Lula tem sido alvo de uma “perseguição” política que, em sua avaliação, pode acabar por fortalecê-lo mais na corrida eleitoral. “A condenação dele agora, numa segunda instância, para jogá-lo na Lei na Ficha Limpa, teria agora uma repercussão oposta ao que esse pessoal está pensando”, comentou o senador, que chega a analisar o eventual apoio de Lula a outro candidato, caso se confirme o seu impedimento. “Essa perseguição, da forma como tem sido feita, pode terminar dando a ele uma musculatura tal que, mesmo não sendo candidato, o apoio dele seja absolutamente decisivo para alguém ganhar a eleição”, disse.
O ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), que também está na lista dos investigados pela Operação Lava Jato, reafirmou que o partido não conta com outro nome para as eleições do ano que vem. “Por enquanto, não tem outro candidato, o PT continua trabalhando com essa possibilidade de Lula. Temos que continuar defendendo o patrimônio dele e do próprio PT”, declarou.
“Ele continua a ser meu candidato. Agora vamos ver nessa guerra de versões. Eu acho que é impossível não reconhecer, mesmo quem não gosta dele, que há um direcionamento nesse sentido de acabar com ele. E isso é uma bobagem, uma burrice.” (AE).

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