Crivella: prefeitura do Rio pode não ter como pagar salários em setembro

“Segundo o Tesouro, se vocês consultarem na prefeitura, em setembro já não há mais caixa para pagar os salários”, diz o prefeito
Reprodução/TV Globo

Ontem, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que o município poderá não ter dinheiro para pagar o funcionalismo em setembro se não renegociar dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com a Caixa. Crivella culpou os gastos excessivos feitos pela administração passada, do ex-prefeito Eduardo Paes, com obras para as Olimpíadas, pelo descontrole financeiro.
“Segundo o Tesouro, se vocês consultarem na prefeitura, em setembro já não há mais caixa para pagar os salários. A prefeitura está vivendo uma crise imensa, nunca viveu nos últimos 30 anos, em decorrência de uma administração temerária e muitas obras e também de uma queda de arrecadação por conta da crise do estado. A atividade econômica está muito fraca, há 350 mil desempregados só na cidade do Rio de Janeiro”, disse Crivella, durante visita a uma Clínica da Família na zona oeste.
Crivella explicou que será preciso renegociar as dívidas com o BNDES e com a Caixa Econômica, para não inviabilizar investimentos em áreas sociais prioritárias, como saúde e educação. “É preciso que eles entendam que o Rio de Janeiro, neste momento, não pode arcar com R$ 1 bilhão de pagamento de empréstimos para as Olimpíadas. Eu tenho que dar prioridade ao pagamento do salário das pessoas, da saúde e da merenda das crianças na escola. Espero ter uma resposta deles agora no mês de maio, para não ter que atrasar salário.”
>> Previdência municipal – Outro problema comentado pelo prefeito com os jornalistas que acompanhavam o evento foi uma possível crise no sistema de Previdência dos servidores municipais, também pela falta de caixa. “Eu estou esperando decisão no governo central, no Congresso Nacional, sobre a Previdência. Acredito que deve ser votado esta semana a [reforma] trabalhista, no máximo na outra, e em seguida vamos cuidar da Previdência do Rio de Janeiro, que está quebrada. É bom fazer esta denúncia publicamente. É uma pena, pois havia bilhões que foram gastos nessas euforias, obras de Olimpíadas, etc, colocando em risco o pagamento de aposentados e pensionistas.”
Segundo Crivella, talvez seja necessário aumentar a contribuição dos inativos sobre o que exceder o valor limite determinado. “Se necessário for, teremos que fazer a contribuição dos inativos, mas é bom lembrar que não são todos os inativos, cerca de 10% deles, que ganham acima de R$ 5,5 mil, e a contribuição de 11% só incide sobre o que passa de R$ 5,5 mil. Se a pessoa ganha R$ 6,5 mil, ela vai pagar R$ 110, que é 11% sobre R$ 1 mil. É assim que a gente pretende equilibrar e não atrasar o pagamento de aposentados.”
A assessoria do ex-prefeito Eduardo Paes e do ex-secretário de governo, deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), foi procurada, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se manifestado. (Agência Brasil).

error: Conteúdo protegido !!