Os ‘100 Dias de Governo’ de Rogerio Lisboa

“Os grandes investimentos só poderão ser iniciados a partir do ano que vem”, disse o prefeito
Alziro Xavier/PCNI

“A nossa marca é a do diálogo, da transparência e do fazer, tendo a sensibilidade de entender as angústias da população quando os serviços não chegam”. Foi assim que o prefeito de Nova Iguaçu Rogerio Lisboa abriu o evento para a prestação de contas dos ‘100 Dias de Governo’, ontem (26), no auditório da Universidade Iguaçu (Unig), no bairro Vila São Jorge.
O objetivo da atual gestão, segundo ele, é reconstruir os anos de abandono da cidade. “Nós estamos fazendo um projeto de quatro anos. No final, vamos mudar a situação de Nova Iguaçu. Sabemos que a população está ansiosa, mas temos problemas sérios que precisam ser resolvidos agora. Os grandes investimentos só poderão ser iniciados a partir do ano que vem”, diz o prefeito.
Um levantamento junto às secretarias da atual gestão mostra que o trabalho é realizado diariamente, atuando em várias frentes, priorizando os problemas mais urgentes da cidade. Assim que assumiu, Rogerio Lisboa disse que precisou decretar estado de calamidade financeira e montou um gabinete de crise para que estudassem medidas visando equacionar a dívida do município deixada pelo governo anterior de mais de R$ 400 milhões.

Representantes de vários segmentos sociais estiveram na platéia e aplaudiram o prefeito em sua explanação
Alziro Xavier/PCNI

“Dessa dívida, R$ 150 milhões eram apenas com a folha salarial dos médicos, dos enfermeiros, dos professores, dos auxiliares administrativos, dos auxiliares de serviços gerais, de gente que trabalha. Pior, dos aposentados e dos pensionistas. Atitude covarde do governo passado. Três folhas atrasadas, três meses atrasados! (novembro, dezembro e 13º salário de 2016)”, ressaltou o prefeito.
“Na Saúde, a situação caótica deixada pela antiga gestão não foi diferente”, enfatizou. Lisboa contou que das cinco Clínicas da Família 24h, apenas uma estava funcionando, e com restrição de atendimento. Postos de saúde sucateados, falta de insumos e medicamentos, alimentação de baixa qualidade também eram a realidade vivida no Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse. O caos levou a prefeitura a decretar estado de calamidade na saúde.
Atrasos no repasse de verbas da Secretaria Estadual de Saúde e repasses do Ministério da Saúde defasados agravam a situação. Em 1° de janeiro deste ano, a Maternidade Mariana Bulhões estava fechada. Após a atual gestão reabrir, o número de internações quase triplicou – subindo de 309 (janeiro) para 814 (março).
“Muito ainda precisa ser feito. Reabrimos a maternidade, estamos reabastecendo as unidades de saúde com insumos e medicamentos, melhoramos a alimentação no Hospital da Posse, mas continuamos na luta para que o governo federal e o estadual cumpram seu papel em enviar recursos. Conto com uma equipe que, diariamente, mesmo diante das dificuldades, busca dar qualidade digna no atendimento. Mas imploro, a cada funcionário das unidades de saúde que, na hora que um paciente chegar, vocês deem colo. Eu não posso fazer isso. Se eu pudesse, receberia cada um antes de entregá-lo para o médico”, desabafa Lisboa.
Segundo assessores, o prefeito recebeu a cidade com cerca de oito mil postes de iluminação apagados (segundo o último censo em 2010, a cidade possui 51.470 postes). Hoje, já foi restabelecida a iluminação em 1.564 ruas com o reparo de 5.047 postes. “A equipe da Secretaria de Infraestrutura tem trabalhado incansavelmente 24 horas por dia, em três turnos”, conta Rogerio Lisboa, acrescentando que 230 ruas tiveram suas galerias desobstruídas e limpas.

Fim das indicações políticas
nas escolas públicas

Uma conquista na área da Educação foi o fim das indicações políticas e autorizações para eleição direta de diretores das escolas da rede pública do sistema de ensino da cidade. “Vamos despolitizar a educação. Não sou contra o político, mas ele não pode ter gerência na educação. A escola foi feita para o educador”, destaca Lisboa, lembrando que a secretaria regularizou e melhorou a qualidade da merenda nas unidades escolares.
Lisboa destacou também outra conquista da atual gestão: a criação da Secretaria de Segurança Pública. “Foi uma decisão corajosa porque sabemos que a segurança é um dever do estado. Mas temos o compromisso de garantir o sentimento de segurança às famílias de nossa cidade. E eu tenho certeza que todos vão se surpreender”, garante o prefeito.
“Quando assumimos, não imaginei que os problemas da prefeitura estavam nesse nível, mas estamos avançando. Sei que a cidade ainda não está cuidada como merece, porém vamos conseguir mudar isso”, completou Rogerio Lisboa em sua explanação para um auditório lotado e interessado em ouvir o chefe do Executivo.

(Colaborou: Jota Carvalho/Jornal de Hoje).

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