Manifestações fecham o comércio do Rio

O comércio da região central do Rio de Janeiro foi fechado ontem, por medida de segurança. À noite, até agência bancária foi destruída

O comércio da região central do Rio de Janeiro foi fechado ontem (28), por medida de segurança, devido aos constantes enfrentamentos entre a tropa de choque da Polícia Militar e manifestantes em vários pontos do centro. O protesto foi contra as reformas trabalhistas e previdenciária, e contou com o apoio do Sindicato dos Comerciários. Um número reduzido de loja abriu ao consumidor, mas encerrou sua atividade antes do final do expediente.
Na Avenida Rio Branco, esquina de Rua do Ouvidor, várias agências bancárias foram depredadas. Uma delas teve as portas de vidro quebradas e computadores e cadeiras da agência arrancados e jogados no chão. Várias estruturas de vidro dos pontos de ônibus também foram destruídos ao longo da Avenida Rio Branco e Primeiro de Março. Grupos de mascarados, conhecidos como black blocs, arrancam as placas de sinalização e usam as barras de ferro contra os policiais militares.
Para dispersar os manifestantes, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. O cheiro do gás se espalhou no ar e chegou ao alto dos edifícios de mais de 15 andares na Avenida Rio Branco e ruas próximas. As duas linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que circulam no centro do Rio ficaram paradas. A primeira delas liga a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont. A outra faz o trajeto entre a Central do Brasil e a estação das Barcas na Praça XV. A medida foi tomada devido ao enfrentamento entre a Polícia Militar e manifestantes no centro do Rio.
De acordo com a concessionária Metrô Rio os trens circularam normalmente, com intervalos de quatro minutos entre os trens. Apenas algumas estações tiveram com os acessos fechados devido às manifestações no centro. A Estação Cinelândia teve os acessos ao Theatro Municipal e à Rua Pedro Lessa interditados. A Estação Uruguaiana está com o acesso ao Camelódromo também fechado.
A Avenida Almirante Barroso foi fechada. O mesmo aconteceu com as ruas Primeiro de Março, São José e Carioca. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para a Avenida Presidente Vargas com Primeiro de Março, onde manifestantes atearam fogo em caçambas de lixo e placas de compensado e interditaram a pista. Para apagar o fogo, os bombeiros tiveram de ser acompanhados por uma equipe de policiais militares.
Houve enfrentamento também na Praça da Cinelândia em frente à Câmara de Vereadores do Rio. A PM atirou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. As pistas do Aterro do Flamengo em direção ao centro do Rio foram fechadas e os motoristas devem evitar usar essa via para chegar ao centro da cidade.
Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários, liderou o grupo que se concentrou na sede sindical, no Centro do Rio, em direção à Candelária, palco da manifestação. “No trajeto, a pé, várias lojas das principais ruas da cidade fecharam e os empregados caminharam conosco para participar do grande ato”, disse Ayer.
Como a categoria tem mostrado disposição para fazer parte dessa luta, a diretoria do sindicato pretende convocar uma assembleia para organizar a participação dos comerciários no movimento que apenas começou, segundo o presidente do sindicato.
“Os comerciários estão em defesa dos direitos e do futuro dos trabalhadores”, ressaltou Márcio.

Cerca de dez ônibus incendiados durante o protesto

Cerca de dez ônibus foram incendiados no centro do Rio de Janeiro durantes as manifestações, principalmente na Cinelândia
Reprodução/GloboNews

Cerca de dez ônibus foram incendiados no centro do Rio de Janeiro durantes as manifestações. Um coletivo foi incendiado na Cinelândia, e os outros quatro na Lapa, região central da capital fluminense. A polícia tentou dispersar os manifestantes, muitos deles mascarados, com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
O protesto principal, que ocorreu na Cinelândia, foi retomado após ser interrompido por cerca de meia hora por ação da polícia, que usou gás lacrimogêneo para tentar dispersar a manifestação. As bombas atingiram inclusive o palco onde lideranças políticas, sindicais e estudantis se preparavam para discursar.

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