Centrais sindicais consideram greve geral exitosa

Operações reforçam o policiamento na Lapa, Méier, Aterro, Lagoa e Centro
Fotos: Clarice Castro

As duas maiores entidades sindicais do país – Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical – avaliam como exitosas as manifestações e paralisações de várias categorias de trabalhadores em todo o país em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência Social.
Em várias cidades do país, trabalhadores pararam atendendo à convocação de greve geral feita pelas centrais. Em alguns casos, houve bloqueio de vias e rodovias e confronto entre policiais e manifestantes.
Na avaliação do presidente da CUT, Vagner Freitas, a paralisação de hoje deve ser “a maior greve já realizada no país”. Freitas destacou a adesão aos protestos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e Brasília.
Para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), os trabalhadores decidiriam se mobilizar porque há “propostas viáveis para que o país retome o seu crescimento econômico sem a perda de quaisquer direitos trabalhistas, previdenciários e sociais”. Em comunicado divulgado no fim da tarde de sexta-feira, a Força estima que 40 milhões de trabalhadores pararam ontem (28).
Paulinho da Força, no entanto, reconheceu que a não adesão de categorias como aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (trabalhadores dos aeroportos) reduziu o impacto da paralisação. Em São Paulo, tanto no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, quanto no terminal de Congonhas, na zona sul da capital, a operação durante o dia foi normal.

Mobilidade em São Paulo

Por causa da paralisação de serviços de transporte, várias empresas recorreram à contratação de táxis ou uso de frota própria para buscar seus empregados em casa. A prefeitura de São Paulo liberou o rodízio de carros. No começo da manhã, a cidade registrou congestionamento acima do normal, de cerca de 85 quilômetros, na região do centro expandido, área entre as marginais Tietê e Pinheiros e a região central.
Os trens do Metrô e da CPTM ainda operam de forma parcial. Por volta das 15h30, havia interdições na Avenida Paulista e também na Rua Libero Badaró, região central.

Metalúrgicos

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, José Pereira dos Santos, disse que a paralisação foi ampla. “As maiores empresas nem abriram. Em outras, os trabalhadores saíam na medida em que o sindicato chegava. A paralisação no transporte também ajudou a esvaziar as fábricas. Como o transporte fez greve, então, essas ausências também decorrem da greve geral.”

Bancários

O Sindicato dos Bancários de São Paulo estima que 62 mil empregados de instituições financeiras da capital paulista, Osasco e região tenham aderido à greve, com o fechamento de 530 agências e 15 centros administrativos. Na avaliação da presidente da entidade, Juvandia Moreira, a greve não foi um ato isolado. “O Brasil precisa de desenvolvimento econômico para gerar emprego e não a sua precarização.”

Segurança Presente cumpre mais de 1,1 mil mandados

As operações Segurança Presente – que reforçam o policiamento na Lapa, Méier, Aterro do Flamengo, Lagoa e Centro – já cumpriram mais de 1,1 mil mandados de prisão. Desse total, cerca de 450 foram por roubo, 215 por furto, 80 por homicídio e 145 por tráfico.
A área com maior número de foragidos da Justiça capturados é a Lapa, com mais de 600. No total, as ações do Segurança Presente, realizadas no Centro, Méier, na Lagoa Rodrigo de Freitas e no Aterro, também prenderam quase 10 mil pessoas em flagrante.
Nas áreas, o policiamento é feito a pé, de bicicleta e de moto, em trios, formados por policiais militares e agentes civis, que filmam todas as abordagens para assegurar a transparência e dar legitimidade à operação. As equipes também são monitoradas por GPS.
No dia 1º de dezembro de 2015, foi iniciada no Méier, na Lagoa e no Aterro a Operação Segurança Presente, uma parceria entre o Estado e o Sistema Fecomércio RJ. Em 4 de julho deste ano, a ação chegou ao Centro, também com apoio da Prefeitura do Rio. As operações foram inspiradas na Lapa Presente, iniciada em 2014.
As operações contam com PMs da ativa e da reserva e agentes civis egressos das Forças Armadas.

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