Família de jovem atropelada em Coelho da Rocha pede justiça

A diarista Teresa Cristina Bonifácio, de 50 anos, que está em estado de choque, pede punição aos responsáveis pela morte da filha
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje

“Ela morreu decorrente de um descaso, era uma tragédia premeditada, se não fosse com ela, seria mais cedo ou mais tarde com outra pessoa”. O desabafo é de uma mãe que perdeu a filha de 19 anos, vítima de um descaso da Supervia. Joana Bonifácio Gouveia teve sua vida interrompida abruptamente quando tentava embarcar no vagão. A jovem se desequilibrou e caiu na linha férrea, na estação de Coelho da Rocha, em São João de Meriti. Para ir ao campus da UERJ que fica em Campo Grande, a estudante de biologia precisava usar o transporte todos os dias, e tinha de enfrentar o transporte que além de cheio, sofre com o descaso da concessionária. O corpo da vítima, segundo parentes, ficou jogado no local por mais de seis horas sem que a família fosse avisada da tragédia. O caso aconteceu no ramal Belford Roxo no último dia 24 de abril.
Ontem à tarde, parentes e amigos de Joana fizeram uma manifestação em frente à estação de trem de Coelho da Rocha. Eles cobraram uma punição aos responsáveis pelo descaso e prometeram entrar na justiça contra a Supervia.
Tranquila, amorosa e esforçada, de acordo com amigos, a menina conseguiu seguir seu sonho de passar para uma universidade pública. A mãe da jovem, a diarista Teresa Cristina Bonifácio, 50 anos, afirmou que sua filha mais nova, de apenas 13 anos, soube através de redes sociais que sua irmã estava morta nos trilhos, pois populares tiraram diversas fotos e publicaram na internet. “O corpo dela ficou de 11h30 até o cair da tarde nos trilhos, nenhum funcionário da Supervia procurou saber quem era a minha filha, a instituição não me ligou para saber se nós precisamos de algo, não pagou o enterro, nada, eles alegam que a responsabilidade do ocorrido é culpa de quem utiliza o serviço, a partir do momento que nós usamos o transporte, ele deve passar no mínimo segurança”, lamentou emocionada a mãe da menina.
A prima da vítima, Rafaela Albergaria, 27, relatou que já viu pessoas desmaiarem várias vezes nos vagões por causa da falta de condições do transporte. “Os trens do ramal são os mais velhos, possuem problema nas portas, algumas abrem e não fecham com a superlotação as pessoas são transportadas com as portas abertas, não há ar condicionado e nem câmeras. Para completar, o intervalo entre um trem e outro é muito grande o que facilita a superlotação”, disse a estudante de Serviço Social.
Em nota, a SuperVia lamentou a morte de Joana. “A passageira caiu no vão entre o trem e a plataforma, após ignorar o aviso sonoro e tentar embarcar em uma composição que já encontrava-se em movimento, partindo desta estação. Conforme procedimento, a concessionária acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros para o atendimento especializado e a Polícia Militar para as providências necessárias. A SuperVia ressalta que os procedimentos de identificação da vítima e remoção do corpo são competências destes órgãos. Durante o atendimento à passageira, a circulação dos trens foi interrompida na linha onde o acidente ocorreu e algumas composições precisaram aguardar ordem de circulação ao passar por este trecho”, diz parte da nota.

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