Jorge Miranda sabia o que iria ‘receber’ da gestão passada: uma dívida milionária
Diego Valdevino / Arquivo

Ao assumir a prefeitura de Mesquita no dia 1º de janeiro deste ano, o atual prefeito Jorge Miranda (PSDB), já sabia o que iria herdar da gestão passada: uma dívida milionária. Desde que tomou posse, ele vem realizando um levantamento intenso em todas as contas do município. A medida foi necessária em função da falta de qualquer transição e do sumiço do ex-prefeito Gelsinho Guerreiro, que abandonou a sede administrativa logo depois de perder a eleição, em outubro do ano passado. Depois de mais de 100 dias de análises, já foram descobertos mais de R$ 130 milhões em dívidas de seu antecessor.
Desse total, mais de R$65 milhões são em dívidas previdenciárias, R$28 milhões em contratos com fornecedores e prestadores de serviços, quase R$17 milhões em gastos com pessoal e R$5 milhões com concessionárias de serviços públicos.
“Mesquita estava totalmente abandonada e cheia de dívidas. O montante total é mais da metade do orçamento executado pela cidade em 2016”, garantiu o prefeito, Jorge Miranda.
E o ‘desgoverno’ do antigo prefeito acumulou ainda uma dívida de cerca de R$14 milhões com uso indevido de verba vinculada para áreas específicas, como Saúde, Educação e Assistência Social. Surpreende a conta de quase R$1 milhão referentes a crédito consignado de servidores. Isso significa que a gestão passada deixou de pagar empréstimos de funcionários, mesmo depois de descontar esses valores de seus contracheques. Em função disso, servidores chegaram a ter seus nomes negativados no SPC e Serasa.
Além das dívidas, quando o novo prefeito, Jorge Miranda, assumiu, herdou também 8 mil toneladas de lixo nas ruas, salários de novembro, dezembro e 13º dos funcionários efetivos estavam atrasados e a maioria das instalações sem condições de uso, com unidades de saúde insalubres para o atendimento ao público. Quando assumiu, Jorge Miranda enfatizou: “Queremos fazer a máquina funcionar”.