Desentendimento na Corte

Célio Junger Vidaurre

Nessa definição desrespeitosa praticada pelo ministro Gilmar Mendes com referência ao trabalho realizado pelos procuradores da Operação Lava-Jato, de muita firmeza, que deixou toda a população brasileira com boas perspectivas depois do que ocorreu durante os governos de Lula e Dilma, viu-se que tal julgamento de um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal, apoiado por outros dois do mesmo naipe (Ricardo Lewandoviski e Dias Toffoli (foto) mostrou que na alta Corte existe um racha inconcebível para um dos poderes que o que se espera é simplesmente equilíbrio emocional, sabedoria e conhecimento jurídico.
Estamos presenciando um desequilíbrio entre os membros do STF, muita vaidade pessoal, e pior, decisões equivocadas que, ao serem levadas ao Pleno do Supremo não são mantidas, ou seja, os próprios colegas da Corte mudam a situação criada pelo vaidoso de plantão. Dias atrás o ministro Marco Aurélio Mello soltou o goleiro Bruno que estava condenado a 22 anos e seus pares do Tribunal mandou o criminoso de volta ao presídio. Os mesmos Gilmar, Lewandoviski e Toffoli, soltaram Eike Batista, Bumlai, Genu e Zé Dirceu. Esse Zé Dirceu, todos sabem, já havia sido condenado no mensalão a sete anos e 11 meses de prisão. Na Lava-Jato, são mais 32 anos e, agora, essa decisão nefasta do trio da Segunda Turma do STF. O Dirceu já está em sua casa de Brasília.
Convicção mesmo é o que o diretor da Organização Transparência Brasil, Cláudio Abramo nos traz: “Existem duas Justiças no Brasil – uma para prender e manter na prisão o Zé ninguém, outra para soltar o Zé Dirceu”. O brasileiro está descrente, desolado, pois, sabe que Toffoli foi reprovado duas vezes em concursos para ser magistrado, mas, foi para a alta Corte nas circunstâncias conhecida. Antes, sempre trabalhou com Zé Dirceu e ao ser conduzido para o cargo no STF deixou sua mulher no seu lugar. É estarrecedora essa questão apresentada, ou melhor, trata-se de mais uma vergonha nacional.
Aliás, depois daquele encontro de Antonio Palocci com Sergio Moro, parece que até alguns integrantes da Suprema Corte ficaram atordoados com o que o ex-ministro da Fazenda dos petistas anunciou. Está disposto a revelar para a Lava-Jato coisas que só ele sabe. Daí, talvez, venha a grande verdade que os dois ministros nomeados por Lula (Lewandoviski e Toffoli) queiram evitar para graves conseqüências acontecerem. Com o apetite apresentado por ele, o governo deveria antecipar e construir imediatamente mais presídios para assentar todos os ladrões que serão anunciados. Se Gilmar, Lewandoviski e Toffoli não atrapalhassem tanto, o país poderia ser passado a limpo.
Conclusivamente, a decisão dos três ministros citados foi revoltante e enojou a nação após o senhor Palocci dizer a Moro o que disse. Logo depois da fala mostrando a intenção de Palocci de fazer delação, ZÉ DIRCEU foi solto, onde provado está a grande influência de Lula e sua tropa no STF. Se o STF não provar o contrário acabará de vez com a esperança do povo brasileiro em ver Lula na cadeia. Aos poucos, estão acabando com a grande esperança da justiça ser feita no Brasil.
Na ultima semana foi criado um abaixo-assinado pedindo o impeachment de Gilmar, Toffoli e Lewandoviski e já tem mais de 300 mil assinaturas para ser encaminhado ao senado. Além disso, houve também o depoimento espontâneo do ladrão petroleiro Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás, que propôs devolver 20 milhões de euros para melhorar sua situação de presidiário. Disse a Sérgio Moro que Lula era realmente o chefe de tudo, comandava as ações de corrupção na estatal durante o seu governo e o de Dilma.
Se negociarem direitinho com Duque vai aparecer mais euros. Como vai!

*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários do RJ.

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