‘Dia D’ contra a gripe tem baixa procura em cidades da Baixada

Em Queimados, pouco mais de 1.300 pessoas foram imunizadas no ‘Dia D’ de vacinação contra a gripe
Luiz Ambrósio/PMQ

O que deveria ser um dia de grande mobilização no combate à gripe terminou de forma decepcionante. No último sábado (13), as cidades da Baixada Fluminense participaram do chamado ‘Dia D’ da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, o vírus da gripe, com o objetivo de atingir uma grande parcela do público-alvo. Mas o que se viu foi uma baixa procura pela imunização nos postos de saúde.
Queimados é uma das cidades da Baixada com menor procura pela vacina até o momento. No sábado, apenas 1.306 pessoas procuraram os 19 postos de saúde disponíveis para a imunização. Desde o início da campanha, em 17 de abril, somente 5.406 indivíduos foram vacinados. A meta estabelecida pela Secretaria Municipal de Saúde é atingir 32 mil moradores da cidade até 26 de maio, data de encerramento da campanha nacional.
Em Japeri, o objetivo de vacinar 26.300 pessoas até o fim da campanha também está longe de ser alcançado. Isso porquê cerca de 9 mil moradores foram imunizados até o momento, sendo 2 mil deles somente no último sábado.
“Disponibilizamos equipes em todas as unidades de saúde e em uma creche, para atender a população. A vacina é importante e as pessoas precisam se conscientizar”, alertou o prefeito Carlos Moraes, que acompanhou de perto a ação na cidade. Somente no bairro São Sebastião a vacinação aconteceu na Escola Municipal de Educação Infantil Creche Janderson Alves Correa.
Apesar da baixa procura, o secretário de Saúde de Japeri, Charles Gonçalves, segue otimista e acredita que ela vai aumentar. “Estamos tomando todas as providências para ampliar o número de pessoas imunizadas. Precisamos da colaboração da população. Estamos preocupados, mas otimistas. Acredito que vamos alcançar a meta até o final de maio”, disse Charles.

Nova Iguaçu vacinou mais de 50 mil

Enquanto Queimados e Japeri vacinaram, juntos, pouco mais de 14 mil pessoas, Nova Iguaçu já imunizou 54 mil moradores. Apesar do número expressivo em comparação aos municípios vizinhos, ele representa pouco mais de 30% do público-alvo, que é de 160 mil pessoas. Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica do município, Virginia Sequeira Moreira, a baixa procura é causada pela pouca informação.
“Infelizmente, ainda há falta de esclarecimento sobre a vacina e muitos acham que ficam gripados após a imunização”, explica Virgínia, que faz um alerta: “Peço para todos que fazem parte do público alvo compareçam aos postos, pois o inverno está chegando. Neste período, os casos de internação por infecção respiratória grave aumentam muito e a vacina pode evitar isso”.

A doença e o público-alvo

A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.
É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
Desde o dia 17 de abril, a vacina contra a gripe está disponível nos postos de vacinação a crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais, além dos professores que são a novidade deste ano.
Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica. A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

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