Artista de Queimados mostra “Viagem” através das telas

As viagens, principalmente aquelas que são feitas diariamente de trem, vão ganhar um colorido diferente sob a perspectiva do artista plástico queimadense, Marcus Bastos, de 47 anos. Estudante do curso de artes visuais da UFRJ, ele lança nesta quarta, 17, a exposição “Viagem”, no Espaço Cultural Antônio Fraga, localizado no saguão da Secretaria Municipal de Educação (Rua Hortência, Centro), a partir das 19h. As telas ficam na cidade até o dia 30 de maio e poderão ser visitadas gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

A exposição está sendo realizada a convite da Secretaria Municipal de Educação e segundo o secretário, professor Lenine Lemos, esta será uma ótima oportunidade para mostrar para o mundo mais uma vez ,os talentos da cidade de Queimados. “Temos muitos talentos em nossa cidade em todas as áreas, cabe a nós enquanto poder público estimular a divulgação estes bons exemplos para nossas crianças”, enfatizou.

A exposição “Viagem” irá apresentar 15 telas de 18×24 cm até 1,8×1,35 metros em pintura a  óleo sobre tela, óleo sobre eucatex, acrílico sobre tela e alguns lápis sobre papel e irão mostrar um pouco do cotidiano do viajante, principalmente o viajante de trem, mas  não apenas este tipo de viagem, conta o artista. “Sempre fui muito reflexivo e quando passei a frequentar o curso de artes, viajando de trem, algo me chamava a atenção, a superlotação dos trens e o crescimento de Queimados ao redor da estação ferroviária, tudo isso, me motivou a tentar falar algo sobre, mas também poderão ver outros tipos de viagens que fiz”, explicou.

O curador da exposição, professor de História da Arte do Instituto de Artes da UERJ, Mauro Trindade compara a obra do autor com outros grandes mestres das artes. “À primeira vista, mobilidade urbana, especulação imobiliária e qualidade de vida podem não parecer temas das artes em geral. Mas são assuntos discutidos há cerca de 200 anos em pinturas de Joseph Turner, Claude Monet, Edouard Manet e outros artistas que transformaram a arte no século XIX e que hoje estão nos maiores museus do mundo.

O trabalho de Marcus Bastos de Oliveira filia-se a estes grandes mestres ao conjugar uma técnica apurada com uma visão aprofundada de nossos dias. “Dono de um desenho soberbo, com perfeito domínio dos recursos do grafite e do óleo, o artista descobre e redescobre novas maneiras de trabalhar com o pincel e o lápis, de fixar as imagens e de expor seus trabalhos, o que confere à sua obra a força do experimento artístico”. Observou.

O curador adiantou que a exposição também vai mostrar um pouco a duração dos trajetos, a frequência de saída, a interrupção do trânsito e o cansaço dos viajantes após um dia de trabalho exaustivo estão presentes em suas telas. Como um repórter de seu tempo, ele retrata de forma alegórica o quanto a energia do viajante é exaurida nessas travessias e o quanto de sangue é consumido, dia após dia, para pagar pelo direito de ir e vir.

“O fato de a primeira exposição individual de Marcus Bastos de Oliveira ocorrer nesta cidade não é um acontecimento fortuito ou uma mera oportunidade. É uma declaração de amor e um manifesto por uma vida melhor para todos nós”, destacou o curador.

 

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