Imprensa internacional repercute denúncia contra Michel Temer

A imprensa europeia dá destaque nesta quinta-feira (18) à notícia de que o presidente Michel Temer foi gravado por um empresário dando aval para uma suposta compra de silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Operação Lava Jato. Os casos de corrupção no País vêm tendo bastante repercussão nos veículos de comunicação locais e o tom na região é o de que Temer pode ter de sair do cargo pouco depois de um ano de assumir.

O jornal francês Le Figaro diz que Temer está “em meio a uma tormenta”. A publicação traz informações do Brasil, contando que, em 7 de março, o presidente se reuniu com um dos proprietários da JBS, Joesley Batista. O periódico explica que, antes de ser condenado final de março a 15 anos de prisão por corrupção, Cunha, um dos políticos mais influentes do Brasil, tinha trabalhado para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Jornais europeus citaram escândalo envolvendo o nome do presidenteReprodução The Guardian

O Le Figaro também registra a negativa da Presidência: “O presidente Michel Temer nunca pediu pagamento para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele não participou ou autorizou qualquer operação com o objetivo de evitar uma confissão ou uma colaboração na Justiça do ex-presidente da Câmara”, diz comunicado do Planalto.

O português Diário de Notícias traz a informação de que Batista entregou à polícia uma gravação onde o presidente incentiva o pagamento pelo silêncio de Cunha. “Fala-se em queda do governo e eleições antecipadas”, cita o jornal. A publicação detalha que o empresário também mandou para a polícia um vídeo em que Rodrigo Loures (deputado do PMDB ligado a Temer) recebe uma mala com R$ 500 mil para resolver assuntos ligados à JBS.

Em outro áudio, o candidato à presidência derrotado em 2014 por Dilma, conforme o jornal lusitano tratou o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, teria pedido R$ 2 milhões para Batista. A entrega também teria sido filmada com a autorização da polícia. “As consequências destes áudios e vídeos, segundo as primeiras análises da imprensa (brasileira), podem ser a demissão de Temer e a precipitação de eleições. Mas como estamos a menos de dois anos da data marcada para a realização do próximo sufrágio, marcado para outubro de 2018, a eleição teria de ser, segundo a Constituição brasileira, feita pelos congressistas, na sua maioria apoiantes do governo de Temer.”

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