Comerciantes não pagam “caixinha” ao tráfico e têm lojas saqueadas

O arrastão realizado por cerca de 40 bandidos em lojas na Rua Senador Pompeu, no Centro do Rio, na madrugada desta segunda-feira (22), foi uma represália do chefe do tráfico do Morro da Providência, Evanilson Marques da Silva, o Dão, à recusa dos comerciantes em pagar uma “caixinha” a ele. A informação é de uma pessoa que trabalha no local. Segundo o relato, o bandido exigiu R$ 2 mil semanais de cada lojista, mas a quantia não foi paga.

“Eles (os traficantes) fizeram nada mais, nada menos que dar uma demonstração de poder. É queda de braço: ou você me paga ou vou te prejudicar”, contou a pessoa, que pediu anonimato por medo de represálias.

Ainda de acordo com ela, além das lojas, o tráfico da Providência também cobra uma “taxa” dos ambulantes: são R$ 30 semanais das bancas pequenas e R$ 50 das bancas maiores.

Na manhã desta segunda, quase todas as lojas da Senador Pompeu, incluindo as que não foram saqueadas, estão com as portas fechadas. A informação no local é de que um bandido de moto passou pela via mais cedo ameaçando quem abrisse o comércio.

O saque às lojas ocorreu por volta das 3h. Um morador do entorno do Morro da Providência disse que ouviu vários tiros sendo disparados. A Senador Pompeu foi bloqueada com um caminhão e os criminosos iniciaram a série de saques. A ação durou cerca de duas horas.

Dão é um dos bandidos mais procurados do Rio. O Disque-Denúncia (21 2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 5 mil por pistas que levem à captura do traficante. Ele é acusado de corrupção de menores e tráfico de drogas.

Dão da Providência

O traficante é também acusado de, em 2002, participar de uma série de atentados ocorridos no Rio, quando houve ataques ao shopping Rio Sul, em Botafogo, ao Palácio Guanabara — sede do governo do Rio —, em Laranjeiras, e à 6ª DP (Cidade Nova).

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