O trecho de subida do morro foi concretado por moradores da Rua Rubens Kaiserman, mas a prefeitura arrancou o concreto
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Imagine você e seus vizinhos juntarem dinheiro para concretar a rua onde moram. Imagine também que uma equipe de obras da prefeitura chega ao local, destrói tudo o que foi feito, promete asfaltar tudo, mas te deixa na lama. Esta é a triste realidade dos moradores da Rua Rubens Kaiserman, no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu.
A cabeleireira Liliane Carvalho, 24 anos, conta que no ano passado um candidato a vereador prometeu asfaltar várias ruas do bairro. Segundo ela, todas elas receberam o asfalto, exceto a Rubens Kaiserman.
“O candidato disse que ia asfaltar nossa rua e acabar com o valão que passa por aqui, mas nada foi cumprido, fomos deixados de lado”, lamenta a mulher.
Por conta disso, ela e os vizinhos decidiram concretar o trecho de subida da rua. E o sacrifício acabou sendo em vão. Logo após a melhoria feita pelos moradores, uma equipe de obras da antiga gestão da Prefeitura de Nova Iguaçu chegou ao local para dar início às obras.
“Eles quebraram o que fizemos com muito custo e deixaram tudo jogado. Abriram a rua, trouxeram as manilhas e largaram a obra”, complementa Liliane.

Roberto de Almeida Junior diz que vizinhos já adoeceram por causa do valão que passa pela rua
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Com isso, o que era ruim ficou ainda pior. Os moradores da Rubens Kaiserman contam que agora a rua virou um grande lamaçal e que o esgoto invade as casas em dias de chuva.
“A prefeitura aterrou a rua com barro e elevou muito o nível dela em relação às casas. O esgoto está entupido e muita gente perdeu móveis em dias de chuva”, revela o operador de máquina Maicon Pereira Eusébio, 32 anos, que mora na Rua Rubens Kaiserman desde os 9.
Enquanto os moradores seguem vivendo em meio à lama e esgoto, muitos temem contrair diversos tipos de doenças e pedem providências.
“Nós pagamos nossos impostos, mas nada adianta. Várias autoridades já vieram aqui, prometeram que iam ‘fazer e acontecer’ e até agora nada. Meus vizinhos já pegaram doenças por causa do valão, nós já tivemos que retirar minha mãe de casa com o auxílio de cordas, pois a água estava tão alta que ela não conseguiu sair andando”, lamenta Roberto de Almeida Junior, 22 anos.
O Jornal de Hoje entrou em contato com a Prefeitura de Nova Iguaçu, para saber quando as obras serão retomadas. Até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi dada.
Texto: Élida Machado
Edição: Raphael Bittencourt