Ex-guarda de Auschwitz morre aos 95 anos

Um ex-guarda de Auschwitz de 95 anos condenado à prisão na Alemanha no ano passado por cumplicidade nos assassinatos de no mínimo 170 mil pessoas morreu antes de sua pena se tornar legalmente obrigatória, disse seu advogado.
No que provavelmente foi um dos últimos julgamentos alemães das atrocidades dos tempos da Segunda Guerra Mundial, Reinhold Hanning foi condenado em junho passado por um juiz que o classificou como “um comparsa disposto e eficiente” do Holocausto.
Seu advogado, Andreas Scharmer, disse que soube da morte do cliente na noite de terça-feira, mas não quis comentar a causa da morte, só ressaltando sua idade avançada.
Scharmer disse que o veredicto contra Hanning não é legalmente obrigatório, já que apelações ainda estavam pendentes no mais alto tribunal da Alemanha.
Thomas Walther, advogado de mais de 20 demandantes no caso Hanning, disse estar decepcionado por o réu ter morrido antes de a pena se tornar compulsória, especialmente porque esperava que a instância jurídica superior tomasse sua decisão aproximadamente no mês que vem.
“Se o judiciário não tivesse silenciado durante décadas, não teria acontecido essa decepção”, disse, acrescentando que espera que a condenação seja confirmada.
Um precedente foi estabelecido em um caso semelhante de 2011, quando o guarda de campo Ivan Demjanjuk foi condenado, mas ele também morreu antes de a Corte Federal de Justiça da Alemanha julgar seu recurso.
Mas em novembro a mais alta corte do país rejeitou uma apelação de Oskar Groening, conhecido como o “guarda-livros de Auschwitz”, contra o veredicto de cumplicidade nos assassinatos de 300 mil pessoas.

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